Unesp obtém melhor resultado no indicador Ensino, que subiu 3,4 pontos

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  • Publicado em 17 de janeiro de 2019 às 10:20
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:19
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O ranking inclui 442 universidades, ante 350 instituições no ano passado, de 43 países em quatro continentes

Foi publicado nesta terça-feira (15), durante o Times Higher Education Emerging Economies Summit 2019, em Doha, Qatar, a 6ª edição do ranking universitário internacional Emerging Economies University Rankings 2019.

O ranking inclui 442 universidades, ante 350 instituições no ano passado, de 43 países em quatro continentes. Ou seja, houve um aumento de 26% no número de instituições de ensino em relação a edição anterior.

O Brasil mantém o status de terceiro país mais representado, mas quase todas as universidades perderam posições, em grande parte por causa da turbulência econômica e política no país. Na América Latina, em 2018, foram apenas dois representantes, Brasil e Argentina, respectivamente nas posições 32 e 1. Em 2019, mais países latinos passaram a figurar na classificação, como Chile e Colômbia. O Brasil continuou como maior representante, com 36 instituições, seguido de Chile, com 16, Colômbia, com 7 e Argentina, com 5.

Esse ranking inclui apenas instituições em países classificados pela FTSE (The Financial Times Stock Exchange) como emergentes avançados, emergentes secundários ou “frontier” e conta com os mesmos 13 indicadores de desempenho que o THE World University Rankings para julgar instituições sobre seu ensino, pesquisa, transferência de conhecimento e perspectivas internacionais, mas eles são recalibrados para refletir as prioridades de desenvolvimento das universidades em economias emergentes.

Os indicadores de desempenho são agrupados em cinco áreas: Ensino (o ambiente de aprendizagem – peso de 30%); Pesquisa (volume, renda e reputação – peso de 30%); citações (influência da pesquisa – peso de 20%); Perspectiva internacional (pessoal, estudantes e pesquisa – peso de 10%); e renda da indústria (transferência de conhecimento – peso de 10%).

Boa parte dos dados provem da Pesquisa de Reputação Acadêmica, realizada entre janeiro e março de 2017, a partir de 10.568 respostas. Para todos os indicadores, exceto para a Pesquisa de Reputação Acadêmica, calcula-se a função de distribuição cumulativa de uma distribuição normal usando pontuação Z para realização dos cálculos. A metodologia pode ser acessada em detalhes no endereço https://www.timeshighereducation.com/world-university-rankings/emerging-economies-university-rankings-2018-methodology.

A Unesp é classificada nesse ranking desde sua primeira edição, em 2014. Em 2019, sua classificação ficou no mesmo estrato, com um pequeno decréscimo de quatro posições em relação a 2018. A Universidade vem mostrando consolidação em termos de desempenho, pois os resultados de seus indicadores são praticamente constantes, conforme observado na Tabela 1.

Tabela 1 – Informações da Unesp no ranking THE Emerging Economies

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¹ https://www.ftse.com/products/downloads/FTSE_Count…

² https://www.timeshighereducation.com/world-univers…

imagem1_ranking16jan19a.jpg

Importante destacar que a Unesp obteve melhor desempenho em praticamente todos os indicadores, sobretudo no indicador Ensino, que aumentou 3,4 pontos em relação ao ano anterior. O único indicador que não aumentou foi o de Pesquisa, com uma pequena queda de 1,7 ponto. No entanto, como esse indicador possui maior peso, isso refletiu na classificação da Unesp.

Vale acrescentar, no entanto, que nessa edição foram adicionadas 64 universidades, o que demonstra que essa pequena variação da posição da Unesp revela, ainda assim, um resultado positivo. A Figura 1 apresenta as variações nos indicadores em relação às duas últimas edições do ranking.

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Dentro da esfera nacional, entre as universidades estaduais públicas paulistas, a Unicamp foi quem mais perdeu posições, caindo da 33ª posição para a 40ª. A USP teve decréscimo de uma posição em relação ao ano anterior. A Figura 2 mostra a comparação das três coirmãs.

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Assim como ocorreu com a Unesp, Unicamp e USP também tiveram um pequeno decréscimo no indicador Pesquisa que, por ser um dos que possui maior peso, acaba influenciando na pontuação geral das universidades. No caso da Unicamp, além do decréscimo em Pesquisa, também foi indicada uma pequena redução na pontuação de Receita Industrial. A Figura 3 apresenta o resumo das pontuações das universidades.

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Destaca-se a importância de não se avaliar uma universidade apenas a partir dos resultados de um ranking, pois vários fatores devem ser levados em consideração tais como adaptações sobre a metodologia, inclusão de novas universidades e reformulação dos cálculos. Dada a sensibilidade dos valores que separam os estratos de classificação, pequenas variações de posições acabam tendo efeito sobre a avaliação.

Colocando de lado esses fatores supracitados, é muito importante destacar que a Unesp não tem “caído” nos rankings, pois os resultados comprovam que seu desempenho científico-acadêmico mantém-se basicamente constante ao longo dos anos.

Se considerarmos que o sistema brasileiro de custeio das universidades públicas tem sofrido com as recorrentes crises que acometeram o país, é notável que a pesquisa, o ensino e a extensão, apesar de esta última (ainda) não ser considerada nos rankings, têm se mantido fieis à sociedade e ao que se espera de uma universidade moderna: atualização das carreiras, internacionalização das pesquisas, recorrentes prêmios em pesquisas e trabalhos publicados, destaques em congressos e eventos científicos, tanto nacionais quanto internacionais, fatos esses que mostram que a Unesp, apesar dos entreveros financeiros, continua uma universidade atual, moderna e focada em excelência.

Outro fator a ser levado em conta é a visão múltipla de instituição utilizada para fazer os rankings. A classificação é realizada da mesma forma para universidades voltadas para o ensino, para as voltadas para a pesquisa e para os institutos estritamente especializados. Esses fatores aumentam por si só o distanciamento das universidades públicas brasileiras das primeiras colocações.

Portanto, faz-se necessário utilizar de uma abordagem mais técnica e aprofundada, aspecto que vem sendo objeto de preocupação da Unesp ao realizar sistematicamente o acompanhamento dos rankings sobre seu próprio desempenho.

Um exemplo é a primeira tabela mostrada acima, em que se apresentam os resultados dos últimos anos no ranking THE Emerging Economies. Observa-se que o desempenho da Unesp ao longo de todos os anos é praticamente o mesmo, ou seja, ela continua atuando em todas as esferas avaliadas: ensino, pesquisa e reconhecimento internacional. A justificativa para uma posição menos privilegiada no presente ano, nesse ranking, é devida basicamente por alterações de metodologia do próprio rankings e não propriamente por um menor desempenho na execução de suas atividades. Como exemplo, verifica-se, entre  2018 e 2019, um decréscimo de 4 posições no ranking quando se tem um universo ampliado em 64 instituições. Isso evidencia que, de forma geral, a universidade manteve-se em seu estrato ante o número extra de universidades adicionado.

Acesso ao ranking completo e reportagens relacionadas

https://www.timeshighereducation.com/news/emerging-economies-university-rankings-2019-results-announced

https://www.timeshighereducation.com/world-university-rankings/2019/emerging-economies-university-rankings#!/page/0/length/25/sort_by/rank/sort_order/asc/cols/stats

Demais informações

Sobre o desempenho da Unesp em outros rankings, é relevante destacar que em muitos rankings a Unesp passou a figurar pela primeira vez nas últimas edições, sobretudo aqueles que avaliam as áreas de pesquisa, como são os casos dos rankings World University Rankings by subject da THE e da QS.

Na última edição do ranking THE Latin America, a Unesp revelou melhora em sua classificação, saltando da 12ª posição para a 11ª posição. Isso é muito importante se considerado o fato de a edição de 2017 ter 82 instituições avaliadas, enquanto em 2018 foram 129. Assim, apesar do aumento da ordem de 57% no número de instituições, a Unesp ainda se manteve entre as melhores avaliadas.

A Unesp vem desenvolvendo ações indutoras para aumentar a internacionalização e a visibilidade de sua produção científica. Exemplos disso são:

a) os editais de apoio às revistas científicas da Unesp, com forte apelo à internacionalização, à inserção em bases de dados internacionais (que são fonte de coleta de dados nos rankings) e à produção em inglês;

b) a série Propetips, disponível em https://www2.unesp.br/portal#!/prope/apoio-ao-pesquisador/propetips/ que visa a dotar os pesquisadores da Universidade de informações estratégicas para uma maior visibilidade de sua produção científica; 

c) a atuação da Comissão para Avaliação Institucional dos Rankings, que realiza o monitoramento dos rankings analisando o desempenho da Unesp em cada quesito de avaliação, em séries históricas, procurando alertar os pesquisadores sobre eventuais alterações de posicionamento e as razões para tal; 

d) a realização de eventos voltados para os editores das revistas científicas da Unesp com informações sobre DOI, ORCID, inserção em bases de dados internacionais, per reviewing etc;

e) eventos para a comunidade acadêmica para apresentar e discutir os objetivos e a metodologia dos principais rankings nacionais e internacionais;

f) investimento na capacitação de servidores na área de bibliometria e cientometria;

g) participação de docentes em projetos, sobretudo o projeto Fapesp de indicadores, para desenvolvimento de métricas e sensibilização de rankings sobre a questão social da universidade;

h) investimento em internacionalização, como convênios com universidades da Austrália e China;

i) participação efetiva no programa Capes/PrInt.

Visite a página da Comissão de rankings da Unesp

https://www2.unesp.br/portal#!/rankings

Projetos em andamento

No momento, a Comissão de Ranking trabalha juntamente com a equipe do Projeto Fapesp indicadores para desenvolvimento de indicadores de impacto social da Universidade (https://bv.fapesp.br/pt/auxilios/97010/indicadores-de-desempenho-nas-universidades-estaduais-paulistas/), os quais têm sido alvo de recentes pesquisas e debates em todo o mundo, dado o papel importante das universidades na sociedade.


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