Tempo frio aumenta casos de febre maculosa, passada a humanos por carrapatos

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 24 de junho de 2018 às 23:08
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:49
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Neste ano, já foram confirmados sete casos de febre maculosa no estado de Minas Gerais

Nos dias mais secos, típicos do Inverno, é preciso reforçar os cuidados com a prevenção da febre maculosa, doença infecciosa comum no Brasil, e que é ausada pela bactéria Rickettsia rickettsi e transmitida ao homem pela picada de carrapatos infectados, principalmente os popularmente conhecidos como carrapato-estrela. Embora casos possam ocorrer durante todo o ano, é no período de baixa umidade, especialmente entre os meses de junho e novembro, que esses artrópodes ocorrem com maior frequência.

Segundo Mariana Gontijo de Brito, coordenadora de Zoonoses e Vigilância de Fatores de Risco Biológicos da secretaria de estado de Saúde de Minas Gerais (SES), a doença tem sido registrada não somente nas áreas rurais, como também em regiões urbanas. “Em Minas Gerais, a principal espécie de carrapato envolvida na transmissão da febre maculosa brasileira é o Amblyomma scultum. Eles podem ser encontrados em equídeos, roedores, capivaras, marsupiais, cães e outros animais”, comenta a especialista.

A representante da SES lembra que a população de carrapatos aumenta em determinada área em razão da disponibilidade dos hospedeiros e das condições ambientais favoráveis, como a presença de pastos “sujos” e de vegetação favorável ao crescimento e reprodução do artrópode. Por isso, é registrada a presença da doença tanto em áreas rurais quanto urbanas.

Ao acessar áreas favoráveis à presença de carrapatos, a recomendação é que sejam feitas inspeções no corpo em intervalos curtos de tempo, pois quanto antes os carrapatos forem identificados e retirados, menor a chance de transmissão da doença.

Caso haja a infecção, é preciso estar atento aos primeiros sintomas da febre maculosa, já que é uma doença de alta letalidade. Ela se manifesta de forma aguda por meio de sintomas como febre, dor de cabeça, dores musculares, mal estar, náuseas e vômitos. Pode ocorrer uma erupção cutânea, frequentemente com pele escurecida ou incrustada no local da picada do carrapato.

“O diagnóstico tardio é um dos fatores que elevam a gravidade da doença. Assim, é fundamental que, diante de sintomas da doença após a estadia em locais com grandes chances de infestação de carrapatos, o paciente procure imediatamente o serviço de saúde e relate ao profissional médico que esteve em áreas propícias para a presença desses animais”, enfatiza Mariana Gontijo.

Minas Gerais

Entre os anos de 2008 e 2018, as regiões de Minas com maior notificação de casos da doença são centro (27,7%), sudeste (23,8%), leste (14,8%), oeste (11,9%) e Jequitinhonha (7,9%).

Neste ano, já foram confirmados sete casos de febre maculosa no estado. Além desses, há dois suspeitos, em investigação, no município de Betim – são referentes a estudantes que estiveram na Serra do Cipó durante uma excursão escolar. Após sintomas de febre, os alunos procuraram uma unidade de saúde na cidade e já foram coletadas amostras para diagnóstico laboratorial. As famílias dos demais jovens  já foram alertadas sobre os sinais e sintomas da febre maculosa e orientadas a procurar uma Unidade de Saúde.

A seguir, orientações sobre as principais formas de prevenção da doença:

  • Use repelentes à base de icaridina, que têm se mostrado eficaz na prevenção de picadas de carrapatos em indivíduos que frequentam ambientes favoráveis aos animais
  • Use roupas de cor clara, vestimentas longas e calçados fechados, preferencialmente com meias brancas e de cano longo, que permitirão a fácil visualização dos carrapatos. Se possível, vede as botas com fita adesiva de dupla face
  • Evite sentar e deitar em gramados durante atividades de lazer ao ar livre, como caminhadas, piqueniques e pescarias
  • Vetores devem ser retirados com o auxílio de pinça, evitando o contato com unhas e o esmagamento do animal
  • Use equipamentos de proteção individual nas atividades relacionadas ao campo, como capina e limpeza de pastos
  • Faça o uso periódico de carrapaticidas em cães e cavalos, conforme recomendação do profissional médico veterinário
  • Mantenha quintais e jardins particulares limpos e capinados
  • Mantenha vidros e portas de veículos fechados ao passar em áreas com risco de infestação por carrapatos

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