Supermercados da região de Franca projetam alta de 5% nas vendas de Páscoa

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  • Publicado em 19 de abril de 2019 às 12:39
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:30
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Expectativa é de maior procura por cervejas, vinhos e peixes; caixas de bombons devem ser destaque

Apesar de o consumidor ainda sentir os efeitos da crise e a lenta retomada da economia e emprego, o varejo alimentar está otimista com as vendas no período da Páscoa. De acordo com a Associação Paulista de Supermercados (APAS), o setor espera aumento de 5% nas vendas no período em relação ao ano passado.

“Com um desemprego levemente menor e a confiança maior com o novo governo entre empresários e consumidores, os supermercados paulistas demonstraram isso com a projeção de 5% no aumento de vendas no setor, acima dos 4% esperados para a mesma data no ano passado”, comenta o economista da APAS, Thiago Berka.

Em pesquisa realizada pela entidade junto aos associados, cerca de 54% dos empresários estão otimistas com o futuro, sendo que 85% acreditam que terão aumento de vendas no período. “Este é o segundo teste do ano para o setor supermercadista, após o Carnaval. A Páscoa ainda é a segunda melhor data do ano para o varejo de alimentos, não só pelos chocolates, mas pelas compras de almoço e/ou jantar que as famílias realizam”, explicou Berka.

Preços dos doces

Cacau, leite, açúcar e farinha são os principais ingredientes de ovos de Páscoa e doces em geral. Com um dos maiores mercados de chocolates do mundo, não é surpresa aumento de preços quando há, por exemplo, alta do dólar ou do leite.

Um exemplo de alta nos preços é o chocolate em barra, item essencial para a produção de ovos de Páscoa. O produto está, em média, 4,84% mais caro – variação acumulada nos últimos 12 meses encerrados em março. Os doces, em geral, subiram 4,98% no mesmo período, impulsionados pelos aumentos de bombons e balas.

“O bombom promete ser o destaque desta Páscoa. Com o brasileiro buscando economizar, ele deve ser uma alternativa para presentear e substituir os tradicionais ovos de Páscoa de chocolate”, avalia o economista da APAS.

Fonte: APAS/FIPE – Acumulado últimos 12 meses terminados em mar/19

Alimentos típicos

Entre os alimentos, o vinho, que é ofertado como presente ou usado para acompanhar os tradicionais almoços da época, subiu, em média, 5,4%. Macarrão e massa fresca, também bastante consumidos durante a Páscoa, tiveram alta de 11,67% e 5,91%, respectivamente, influenciados pelo preço do trigo, mais caro por conta da variação do dólar.

Outro item bastante tradicional para a época e também influenciado pela alta do dólar, o bacalhau registrou aumento de 23,45% em relação ao ano passado e de 7,7% no acumulado do ano. Segundo o economista da APAS, a alternativa é substituir o produto por outros pescados, que também estão mais caros, mas com uma alta menor, de 4,75%.

A cerveja manteve a tendência de queda de preços (houve redução de 0,05%) e o ovo de galinha – que possui um pico de vendas nesta época por ser consumido em alternativa à carne vermelha –, apresentou queda de 0,45% no acumulado de 12 meses, mas acumula alta de 8,11% em 2019.

Fonte: APAS/FIPE – Acumulado últimos 12 meses terminados em mar/19

O dilema do ovo de Páscoa

O preço do ovo de Páscoa subiu, em média, 5% em relação ao ano passado. Segundo o economista da APAS, as negociações entre supermercados e indústria estão cada vez mais intensas justamente por conta da queda do consumo desse item tradicional. Algumas lojas reportaram encalhe de até 40% dos ovos após a Páscoa do ano passado.

“A redução no consumo e, consequentemente, o encalhe do produto ocorreu por conta de diversos fatores, como a percepção do consumidor sobre o custo-benefício, a instabilidade econômica, a diminuição do tamanho das famílias, o aumento do número de solteiros e o envelhecimento da população”, comenta Berka.

Para se ter uma ideia da queda de consumo deste produto, em 2015 foram fabricados 80 milhões de ovos de chocolate e em 2017 a produção girou em torno de 36 milhões. Segundo o economista da APAS, o apelo do ovo de Páscoa deve continuar em queda, principalmente as unidades com mais de 500 gramas.

Vendas

Em relação às vendas, os supermercadistas esperam um crescimento maior nas caixas de bombom, com alta de 5,88%, o que confirma a tendência dos últimos anos de crescimento deste produto, na medida que o consumidor migra para versões com melhor relação custo/benefício. Tanto que o aumento das vendas de ovos de Páscoa esperado para este ano é da ordem de 2,4%.

Fonte: APAS

Entre os alimentos e bebidas que apresentam alta de consumo na Páscoa, as cervejas devem liderar as vendas, com crescimento esperado de 6,5% em relação ao ano passado. O aumento esperado para a venda de vinhos é de 5,88%.  Mesmo com a alta de preço puxada pelo dólar, o setor espera elevação das vendas de bacalhau de 5,13%, variação semelhante para a esperado para os peixes em geral, de 5,38%.

Fonte: APAS

Sobre a APAS – A Associação Paulista de Supermercados representa o setor supermercadista no Estado de São Paulo e busca integrar toda a cadeia de abastecimento. A entidade tem 1.445 associados, que somam mais de 3.256 lojas.

Sobre APAS Regional Ribeirão Preto:
A Regional Ribeirão Preto foi responsável por 5,9% do faturamento do setor no Estado de São Paulo em 2018, o que equivale a aproximadamente R$ 6,2 bilhões. A geração de empregos também é bastante representativa: em torno de 31 mil pessoas trabalham em supermercados nesta região. Só na cidade de Ribeirão Preto, o setor de supermercados faturou no ano passado R$ 1,8 bilhão, o que equivale a 29% da região e 1,7% do faturamento de todo o Estado de São Paulo.

A APAS possui 10 regionais em todo o Estado e mais cinco escritórios distritais na capital paulista. A Regional Ribeirão Preto é composta por 78 cidades e possui 116 associados em toda sua área de cobertura. O empresário Rodrigo Canesin, do Supermercado Canesin, é o atual diretor regional da entidade.


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