Secretaria de Saúde de SP faz ações de prevenção às hepatites virais no Estado

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 17 de janeiro de 2019 às 06:22
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:19
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De acordo com a Organização Mundial da Saúde, quem tem menos que 49 anos deve ser vacinado

Uma lei sancionada neste mês instituiu o #JulhoAmarelo, que busca chamar a atenção dos brasileiros sobre o combate às hepatites virais. A iniciativa tem o objetivo de reforçar as iniciativas de vigilância e prevenção quanto às doenças.

De acordo com o texto, a mobilização deverá ser realizada a cada ano em todo o território nacional durante o mês de julho, para conscientizar sobre os riscos, alertar a respeito das formas de prevenção e estimular as pessoas a se vacinarem contra as hepatites A e B.

Vale destacar que a hepatite é a inflamação do fígado que pode ser causada por vírus, uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. A enfermidade é silenciosa e nem sempre apresenta sintomas, porém, quando aparecem podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

Exames

O diagnóstico ocorre por meio de exames específicos de amostras de sangue para identificação do tipo de vírus. As mais graves são as do tipo B e C, transmitidas por sangue, secreções ou via sexual. Para a B, também já existe vacina. Mas todos os profissionais envolvidos alertam que a melhor forma de evitar a hepatite é a prevenção.

“Até os 49 anos de idade, todas as pessoas que procurarem um posto de saúde podem e devem se vacinar”, salienta Roberto Foccacia, coordenador do grupo de hepatite do Instituto Emílio Ribas. “Profissionais da saúde, do sexo, manicures, barbeiros também precisam ficar bastante atentos ao contágio”, acrescenta.

O médico explica que o maior perigo em relação à hepatite C é a quase total falta de sintomas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 3% da população mundial estão infectados.

A Secretaria de Estado da Saúde organiza diversas ações que incluem testagem e orientação à população, de modo a estimular a prevenção. Nos últimos anos, foi registrado um aumento no número de notificações de casos de hepatite C, que passou de 4,9 mil, em 2014, para 7,6 mil, no ano passado.

Por outro lado, os casos de hepatite B diminuíram 3,7%, no período, com 3 mil casos em 2016, contra 3,2 mil três anos atrás. “As ações buscam orientar a população acerca das hepatites virais, com o objetivo de prevenir e alertar sobre a importância do diagnóstico precoce”, enfatiza Sirlene Caminada, diretora do Programa Estadual de Hepatites Virais do Centro de Vigilância Epidemiológica da pasta.

Transmissão

A enfermeira do Hospital Emílio Ribas Andreia Schunck explica que a cutícula é a proteção das unhas e, ao retirá-la, pode haver sangramento. Essa pode ser a fonte de transmissão das hepatites. “O vírus da hepatite B é 100 vezes mais infeccioso que o HIV e ele permanece sete dias no ambiente. Se o material usado para fazer a unha foi contaminado com o sangue infectado, permanece nos instrumentos e na superfície onde está trabalhando”, alerta.

Para se prevenir, algumas medidas simples são fundamentais, como, por exemplo, usar sempre preservativos nas relações sexuais, não compartilhar objetos de higiene pessoal, como escovas de dente, cuidado ao fazer piercings e tatuagens, ou mesmo com objetos cortantes nos salões de beleza. Além disso, verifique se todos os instrumentos são devidamente esterilizados nos estabelecimentos.

Revolução

Segundo o infectologista Gustavo Kawanami, em fevereiro de 2002, foi criado o programa nacional de hepatites virais, voltado ao atendimento de aproximadamente 2 milhões de brasileiros portadores da hepatite C. “Nos últimos 15 anos, nenhuma outra doença infecciosa passou por uma revolução tão grande em relação ao tratamento da hepatite C. Hoje, já existem procedimentos mais curtos, com efeitos colaterais exponencialmente menores e chances de cura em torno de 92%”, afirma.

Assim, é fundamental adotar medidas preventivas, como o uso de preservativos nas relações sexuais e o não compartilhamento de seringas entre os usuários de drogas injetáveis. Os testes de hepatite B e C podem ser feitos em qualquer período. Para obter mais informações, ligue para o serviço Disk DST/Aids, pelo telefone 0800-162-550.


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