São Paulo registra aumento no número de doadores de órgãos

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 1 de março de 2018 às 10:39
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:35
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O estado de SP corresponde, atualmente, a metade dos transplantes de órgãos realizados no país

Quando
uma vida acaba, nem sempre é colocado um ponto final. A morte de alguém, por
mais difícil que seja, muitas vezes é o renascimento para outras pessoas.
Pensando nisso, a doação de órgãos se torna um importante gesto de
solidariedade e de compaixão com vidas que estão à espera de um transplante. Só
no Estado de São Paulo são mais de 15 mil pessoas na fila por uma doação.

No
ano passado, a Central de Transplantes do Estado de São Paulo, órgão vinculado
à Secretaria de Estado da Saúde, completou 20 anos de existência e bateu a
marca de 107 mil transplantes realizados. Hoje, esse número continua crescendo.
“A nossa maior conquista é ter um sistema estruturado para garantir todos os
princípios e equidade com essas pessoas. Comemoramos também o aumento de 22% do
número de doadores em 2017 em relação a 2016”, comenta a coordenadora da
instituição, Marizete Medeiros.

O
Estado de São Paulo responde atualmente por cerca de metade dos transplantes
realizados em todo o país. Ainda em 2017, a Central registrou a realização de
2,2 mil transplantes simples, sendo eles de coração, pâncreas, fígado, pulmão e
rim. A proposta, de acordo com a coordenadora, é de continuar aumentando ano a
ano o número de doadores e, consequentemente, de transplantados.

A
implantação de um sistema estadual, que regula a distribuição transparente de
órgãos captados, favorece a organização de uma fila de espera baseada no tempo
de cadastro dos pacientes, compatibilidade e gravidade da situação. Com base
nesse processo, quando surge a disponibilidade do órgão oriundo de morte
encefálica, gera automaticamente a relação do possível receptor.

Os
números, por mais expressivos que sejam para a saúde, ainda estão muito abaixo
da real capacidade do Estado. “Neste ano, temos que estimular a cada vez mais a
capacitação dos profissionais de saúde e promover a cultura de doação entre as
famílias”, afirma Marizete.

Portanto,
a Central de Transplante e os demais serviços de saúde têm o desafio de
diminuir a recusa familiar que ainda é muito alta no Estado. É instruindo os
profissionais para que saibam como abordar e auxiliar essas pessoas em momentos
de luto: “Tem que ser o mais humano possível. Tem que conhecer e preparar para
o processo de morte encefálica”, completa.


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