Santa Casa de Franca faz atendimentos além do que recebe do Gestor SUS

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 2 de setembro de 2020 às 18:38
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 21:10
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A Santa Casa tem 37 leitos de UTI adulto, 24 leitos de enfermaria e 5 leitos de UTI infantil COVID: total 66

​Diante do cenário de pandemia, o Grupo Santa Casa de Franca tem trabalhado de forma contínua, investindo esforços e muitas vezes os próprios recursos financeiros e profissionais, no sentido de garantir atendimento de qualidade aos pacientes diagnosticados com COVID-19. 

Hoje, a instituição chegou ao patamar de 37 leitos de UTI Adulto, 24 leitos de enfermaria e 5 leitos de UTI infantil COVID, totalizando 66 leitos COVID.

Mesmo com toda essa estrutura voltada ao atendimento de COVID, todos os outros atendimentos (não-COVID) como procedimentos obstétricos, partos, hemodiálise, atendimentos a pacientes com câncer, etc. – continuam a ser realizados pela Santa Casa de Franca, sem interrupção – pois a instituição é hospital de referência em atendimentos de urgência e emergência e alta complexidade.

Porém, o Grupo Santa Casa de Franca presta atendimento ao SUS, mediante contrato com o Gestor SUS, representado pelo DRS-VIII (Departamento Regional de Saúde) – que paga pelos procedimentos conforme uma tabela específica, que determina o número de procedimentos a serem realizados. 

Mas diante da realidade, o que a instituição produz, muitas vezes é acima do que está contratado, obrigando a Santa Casa a buscar recursos em fontes diversas para suprir o prejuízo causado por tal defasagem.

Exemplificando: a Santa Casa recebe do Gestor SUS o equivalente para realização de 261 partos por mês, mas acaba fazendo uma média de 351 partos.

Isso demonstra de forma clara que quase 100 partos a mais por mês não são custeados pelo Gestor SUS, e são um prejuízo claro para a instituição, que precisa se desdobrar para não deixar faltar o atendimento à população. 

Um outro exemplo é o número de internações: a Santa Casa recebe do Gestor SUS o suficiente para realizar 8.155 internações; e o que ocorre é que a instituição, para não deixar a população sem atendimento, realiza 9.878, ou seja, é obrigada a fazer 1.700 procedimentos a mais do que recebe, ficando novamente com o prejuízo. 

Destacando que estes números apresentados se referem ao período dos últimos 7 meses (janeiro a julho de 2020).

As situações dos gráficos têm o intuito de mostrar a dificuldade que é fazer a gestão hospitalar dentro de um cenário que é nitidamente desfavorável à Santa Casa de Franca.

A entidade continuamente trabalha no prejuízo, com repasses sempre abaixo do que tem atendido – e ainda sofrendo cobranças e críticas, em sua massacrante maioria, injustas, pois a responsabilidade de financiamento do SUS para atendimento à população é do Gestor SUS.

O presidente do Grupo Santa Casa de Franca, Tony Graciano reafirma:

“A instituição está apta a ampliar leitos de UTI para atendimentos de AVC, infartos, ginecologia e obstetrícia, pediatria, entre outros – desde que haja o devido financiamento para investimento e custeio mensal por parte dos poderes públicos federal, estadual e municipal”, conclui.


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