Quer ter melhor desempenho nos estudos? A ciência pode ajudar

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 3 de junho de 2018 às 13:29
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:47
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O segredo para aprender de maneira eficiente e ir bem nas provas não é estudar mais, é estudar melhor

Estudar é mais uma das atividades em que focar na
eficiência é mais benéfico do que na quantidade. Inclusive, segundo a ciência,
estudar muito – prática chamada pelos especialistas de “overlearning” –
prejudica o aprendizado. Isso porque a capacidade das pessoas de relembrar um
conteúdo tem limite proporcionalmente menor à capacidade de estudo.

Para aumentar a produtividade na hora de aprender –
e diminuir tempo e estresse – o site americano que cataloga universidades Best Colleges
compilou diversas dicas para estudar melhor (e menos!), comprovadas pela
ciência.

Veja 10 dicas para
estudar eficientemente, segundo especialistas:

1
– Impeça a “curva do esquecimento”

Os cientistas começaram a explorar o fenômeno psicológico “curva do
esquecimento” em 1885. Ainda hoje, continua sendo um fator importante a ser
considerado quando se estuda. Essencialmente, ele diz que a primeira vez que
você ouve uma aula ou estuda algo novo, tem a melhor chance de retenção,
de até 80%, do que aprendeu apenas revendo o conteúdo novamente dentro de 24
horas.

E – bônus – isso tem um efeito
cumulativo. Depois de uma semana, você terá capacidade de reter 100% das mesmas
informações após apenas cinco minutos de análise. Geralmente, os psicólogos
concordam que este tipo de intervalo estudando – e não estudando – é o melhor.
Para otimizar seu tempo de estudo, aproxime-o mais do dia em que você teve
contato com o material do que do dia da prova.

2 – Utilize material impresso
Tablets e outros meios eletrônicos são ótimos para conveniência e
portabilidade. No entanto, pesquisas sugerem que, quando se trata de estudar na
faculdade, os materiais impressos tradicionais ainda têm vantagem.

Mesmo que alguns pesquisadores argumentem
que adotar novos hábitos ao usar uma interface digital melhora a experiência
acadêmica, mais de 90% de alunos entrevistados em um estudo compreensivo
disseram preferir uma cópia impressa a um dispositivo digital quando se trata
de estudo e trabalho escolar.

Além disso, um professor de
psicologia da Universidade de Leicester, na Inglaterra, descobriu que os alunos
precisam de mais repetição para aprender quando leem na tela do computador em
comparação a quando consultam apenas material impresso.

3 –  Faça conexões
Muitos especialistas consideram que a diferença entre quem aprende rápido e
devagar é a maneira como estudam: em vez de memorizar, os alunos mais rápidos
fazem conexões entre as ideias.

Conhecido como aprendizagem
contextual, o processo é crucial e exige que cada aluno personalize seus
próprios métodos de aprendizagem, fazendo conexões que relacionem as
informações para começar a se encaixar e fazer sentido.

4 – Estude quando estiver cansado – e
descanse em seguida

Embora isso possa parecer contra intuitivo a princípio, de acordo com a
ciência, faz sentido.

Estudar quando você está mais cansado
imediatamente antes de dormir pode realmente ajudar seu cérebro a reter
concentrações mais altas de habilidades novas, como falar uma língua estrangeira
ou tocar um instrumento. Existe até um termo para isso: “sleep-learning” (em
português, “aprendizado do sono”).

Isso porque o processo de
consolidação da memória está em seu melhor momento durante o sono “de ondas
lentas”. O que significa que a revisão do material antes de dormir pode
realmente ajudar o cérebro a reter as informações.

5 – Não releia, relembre
Esse método de estudar foi tema em 2009, quando um professor de psicologia da
Universidade de Washington em St. Louis publicou um artigo na Psychological
Science aconselhando os alunos contra o hábito de leitura e releitura.

Segundo ele, ler e reler os materiais
podem levar os estudantes a pensarem que conhecem bem o conteúdo, mesmo quando
não é verdade.

Em vez disso, ele sugere que os
alunos utilizem “recordação ativa”,fechando o livro e recitando tudo o
que podem lembrar para praticar a memorização a longo prazo.

6 – Use o sistema Leitner
O sistema Leitner é o mais conhecido para utilizar “cartões de memorização”.
Ele serve para que os estudantes aprendam o conteúdo com o qual estão menos
familiarizados pela repetição.

Na prática, o aluno coloca todos os
cartões com perguntas na caixa 1. Em seguida, pega cada cartão e tenta
responder a pergunta. Se acertar a resposta, coloca-o na caixa 2. Se errar,
deixa-o na caixa 1. O estudo passa para as caixas seguintes e a premissa permanece.
A única diferença é que nas próximas se o estudante errar, deve voltar o cartão
para a caixa anterior. Assim, os cartões na primeira caixa são estudados com
mais frequência.

7 – Pense sobre o pensar
Especialistas defendem o uso do método testado e comprovado de aprendizagem
chamado metacognição, ou “pensar sobre o pensar”.

Aplicado ao estudo, os alunos
precisam avaliar constantemente seu nível de habilidade e progresso. Além
disso, monitorar cuidadosamente seu bem-estar emocional quando realizam atividades
potencialmente estressantes. A premissa é de que a metacognição ajude em uma
retenção mais consciente e efetiva do conteúdo.

8 – Varie o conteúdo
Cientistas comprovaram que é melhor variar o tema ao estudar, em vez de se
concentrar apenas em uma área. No entanto, é aceitável e até mesmo preferível
unir campos de assuntos relacionadas ou semelhantes.

Por exemplo, em vez de apenas
memorizar vocabulário em outro idioma, misture também a leitura. Se estiver
estudando matemática, inclua vários conceitos juntos, em vez de apenas um.

9 – Mude de cenário
Embora isso possa ser óbvio para alguns alunos, outros podem esquecer que uma
mudança tão simples quanto de cenário pode ter um grande impacto nas habilidades
de aprendizado.

Um psicólogo da UCLA, por exemplo,
apontou que trocar de local de estudo aumenta pode aumentar os níveis de
retenção de informações e concentração.

10 – Assuma o papel de
“professor”

Pesquisas mostram que os alunos têm melhor chances de recordação ao aprenderem
novas informações quando têm a expectativa de ensiná-las a outra pessoa. Além
disso, estudos também sugerem que os alunos se engajam mais e instintivamente
buscam métodos de recordação e organização para o papel de “professor”.

Se tiver oportunidade, experimente
ensinar o que aprendeu a um colega ou até a um “colega imaginário”. O
importante é ter a expectativa de “ser professor” desde o momento de estudo,
porque é ela que proporciona os benefícios.


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