Projeto Campo Futuro apresenta custos da produção de café em MG

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 27 de outubro de 2020 às 09:45
  • Modificado em 29 de outubro de 2020 às 20:24
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Dados do levantamento apontaram propriedade modal com área produtiva de 5 hectares

Durante os dias 15 e 16 de outubro, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou painéis virtuais do Projeto Campo Futuro para levantar os custos de produção de café, soja, milho e sorgo nos municípios mineiros de Manhumirim e Campo Florido.

O objetivo do projeto é reunir informações estratégicas das propriedades modais (típicas) para conhecer a realidade das regiões e auxiliar os produtores na administração de custos, de riscos de preços e gerenciamento da produção.

O painel de café arábica aconteceu na quinta-feira (15) e contou com a participação de produtores de Manhumirim, técnicos do Sistema Faemg/Senar e do Centro de Inteligência em Mercado da Universidade Federal de Lavras (CIM/Ufla).

Dados preliminares do levantamento apontaram uma propriedade modal com área produtiva de cinco hectares, sistema não irrigado e colheita 100% manual. A produtividade média da região é de 35 sacas por hectare.

De acordo com a assessora técnica da CNA, Raquel Miranda, há uma tendência da presença de meeiro nas atividades de mão de obra na região. “Diante desse cenário, a mão de obra teve participação de 53% no Custo Operacional Efetivo (COE) da saca de café. Fertilizantes, defensivos e corretivos correspondem a 29% do COE e não há gasto com mecanização”, explicou. Segundo ela, o produtor de café arábica de Manhumirim tem sido remunerado em curto e médio prazo pela atividade.

Na sexta-feira (16), o projeto levantou informações junto aos produtores de grãos de Campo Florido. Técnicos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), além de representantes da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e do Sindicato dos Produtores Rurais de Campo Florido participaram do encontro on-line.

Os produtores afirmaram que a soja apresentou produtividade de 60 sacas por hectare, dez sacas a mais do que na safra passada. “O bom preço e a boa produtividade garantiram margens positivas aos produtores que, segundo eles, cobriram até o custo total da margem”, disse o assessor técnico da CNA, Fábio Carneiro.

Com relação ao milho 2ª safra, os produtores informaram que o controle da cigarrinha tem sido um grande desafio. Eles têm optado por variedades resistentes ou utilizam até três aplicações de inseticidas para controle da praga.

O levantamento de custos apontou que o curto período de chuvas na região reduziu o potencial produtivo do milho 2ª safra. A expectativa era de 95 sacas por hectare, entretanto, a produção chegou a 70 sacas/hectare, abaixo da média estadual de 105,4 sacas/hectare.

“O resultado preliminar do painel indica que, na safra 2019/2020, os bons preços do milho permitiram aos produtores pagarem os custos operacionais, mas não foram suficientes para cobrir o custo total da lavoura”, explicou o assessor técnico da CNA.

A respeito do sorgo, os produtores disseram que é uma opção de segunda safra, pois consegue produzir bem, mesmo com uma janela de chuvas apertada. “Na região há boa demanda de compra de sorgo para alimentação animal e semente. O painel apontou que o sorgo pagou todos os custos de produção do produtor e foi a melhor opção na segunda safra”, concluiu Fábio Carneiro.

As informações são do CNA.


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