Produção industrial cai em 6 dos 15 locais pesquisados pelo IBGE

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 9 de outubro de 2018 às 12:24
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:04
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Piores resultados foram em Amazonas, Pará, Espírito Santo e São Paulo – na média, queda foi de 0,3%

A produção da indústria caiu
em agosto em seis dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), na comparação com julho. É o que aponta o
levantamento divulgado pelo instituto nesta terça-feira, 09 de utubro.

As maiores quedas foram registradas no Amazonas (-5,3%),
Pará (-1,1%), Espírito Santo (-0,9%), São Paulo (-0,9%), Santa Catarina (-0,7%)
e Rio de Janeiro (-0,3%). Já as maiores altas foram observadas no Mato Grosso
(3,0%), Bahia (2,7%) e Pernambuco (2,6%).

Na média do país, a produção
industrial brasileira caiu 0,3% em agosto frente ao mês anterior, conforme
anteriormente divulgado pelo IBGE. No acumulado no ano, a indústria tem alta de
2,5%. Em 12 meses, houve perda de ritmo, passando de um avanço de 3,3% até
julho para 3,1% até agosto. 

São
Paulo puxa queda no mês

De acordo com o analista do IBGE, Bernardo Almeida, o
desempenho das indústrias regionais acompanharam a nacional diante do cenário
de incertezas. “Isso afeta as tomadas de decisões tanto para produção quanto
sobre o investimento”, disse.

Segundo
Almeida, o principal impacto negativo partiu da indústria paulista, que
representa 34% da indústria nacional. A produção industrial em São Paulo recuou
0,9% na passagem de julho para agosto. “O que levou a essa queda foi o setor de
derivados do petróleo”, apontou o pesquisador. Ele lembrou o incêndio que
atingiu a refinaria de Paulínia, prejudicando a produção do setor naquele mês.

O
pesquisador destacou, também, que a indústria de São Paulo operava 18,5% abaixo
de seu maior pico mais alto de produção da série histórica, iniciada em 2002,
registrado em março de 2011. Em contrapartida, está 13,2% acima do ponto mais
baixo, observado em julho de 2003. “Ou seja, a indústria paulista opera mais
perto de seu patamar mínimo que do máximo”, disse.

Acumulado no ano

No acumulado nos 8 primeiros meses do ano, frente a igual
período de 2017, houve altas em 11 dos 15 locais pesquisados, com destaque para
o avanço de dois dígitos no Amazonas (10,9%), Pará (9,2%), Pernambuco (5,6%),
Santa Catarina (4,6%), Rio de Janeiro (4,5%), São Paulo (3,7%) e Rio Grande do
Sul (3,7%).

Nesses
locais, segundo o IBGE, o maior dinamismo foi puxado pela expansão na
fabricação de bens de capital (em especial aqueles voltados para o setor de
transportes, para construção e de uso misto); de bens intermediários (minérios
de ferro, celulose, óleo diesel, naftas para petroquímica, querosenes de
aviação, siderurgia, derivados da extração da soja, preparações em xarope para
elaboração de bebidas para fins industriais, pneus, peças e acessórios para indústria
automobilística, autopeças, embalagens e produtos de borracha e de material
plástico); de bens de consumo duráveis (automóveis e eletrodomésticos da “linha
marrom”); e de bens de consumo semi e não-duráveis (cervejas, chope, carnes de
bovinos congeladas, frescas ou refrigeradas, álcool etílico, medicamentos e
produtos de perfumaria, sabões, limpeza e de higiene pessoal).

As maiores quedas no acumulado
no ano foram observadas em Goiás (-3,6%) e no Espírito Santo (-3,4%),
pressionados, principalmente, pelo comportamento negativo vindo das atividades
de produtos alimentícios (açúcar cristal, no primeiro local; e de produtos de
minerais não-metálicos (granito talhado ou serrado – inclusive chapas – e
cimentos) e celulose, papel e produtos de papel (celulose), no segundo. 

Recuperação
lenta

Com o desemprego elevado e a confiança dos
empresários ainda baixa diante das incertezas em relação às eleições, o Brasil
vem mostrando dificuldades em engrenar um ritmo forte de crescimento, com as
empresas relutando em investir.

No segundo trimestre, a indústria registrou contração de
0,6%, contribuindo para que o Produto Interno Bruto (PIB) do país registrasse
crescimento de apenas 0,2% sobre os três meses anteriores.

Após
divulgação de alta de apenas 0,2% no PIB no 2º trimestre, analistas do mercado
passaram a projetar um crescimento mais próximo a 1% em 2018. Segundo a última
pesquisa Focus do Banco Central, a expectativa do mercado é que a economia
cresça 1,34% em 2018, menos da metade do que era esperado do começo do ano.


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