Produção de cachaça incrementa renda de canavicultores paulistas

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 3 de março de 2018 às 00:01
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:36
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São Paulo produz 45% da fabricação nacional e treinamento ajuda pequenos produtores de cana-de-açúcar

Quem já percorreu as estradas do interior paulista
sabe que as paisagens são marcadas por grandes áreas de plantações de cana-de-açúcar.
Por isso, não é surpresa que o Estado concentre, hoje, a maior quantidade de
canaviais do país e seja referência mundial no setor sucroalcooleiro. Além do
etanol e do açúcar, porém, a cana se destaca por ser a matéria-prima da
produção de cachaça.

Atualmente, o Brasil produz cerca de 800 milhões de litros por
ano da bebida. Só o Estado de São Paulo, de acordo com o Instituto Brasileiro
de Cachaça (IBRAC), corresponde a 45% do volume total. Assim, este produto
genuinamente brasileiro tem uma importante participação na economia do país e,
sobretudo, dos produtores paulistas de cana-de-açúcar.

As diversas práticas realizadas nas lavouras interferem
fundamentalmente na produção final da bebida. Pensando nisso, a Unidade de
Pesquisa e Desenvolvimento de Jaú da Agência Paulista de Tecnologia dos
Agronegócios (APTA), órgão vinculado à Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado, promoveu no final de fevereiro o IV Treinamento
Prático sobre Produção de Cachaça.

O encontro teve palestras relacionadas a boas práticas de
fabricação, cultivares, extração do caldo, fermentação, destilação e aspectos
sensoriais da bebida. “Reconhece-se uma cachaça de boa qualidade quando ela
apresenta cor, sabor, aroma e textura, ou viscosidade, característicos do
processo de fermentação ou da harmonização dos produtos agregados ao processo
de envelhecimento”, ensina Gabriela Aferri, chefe da UPD de Jaú da APTA.

O objetivo da instituição, que também promoveu um treinamento
para produção de açúcar mascavo, melado e rapadura, foi apresentar aos pequenos
canavicultores alternativas de processamento da cana-de-açúcar, podendo assim
agregar valor à sua produção. “Grandes produtores têm acesso mais fácil à
informação. Nós queremos levar esse conhecimento para quem não tem tanto acesso”,
afirma Gabriela.

De acordo com o secretário de Agricultura e Abastecimento do
Estado, Arnaldo Jardim, esses cursos permitem a diversificação de renda nas
propriedades paulistas. “Isso é muito importante para melhorar a qualidade de
vida do pequeno agricultor. Uma das diretrizes do governador Geraldo Alckmin é
justamente termos foco no pequeno produtor e agricultor familiar em nossos
trabalhos de pesquisa e transferência de tecnologia”, completa Jardim.


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