Prefeito afasta professora e deve afastar a diretora do episódio do celular

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 20 de março de 2019 às 11:52
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:27
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Polícia investiga suspeita de que educadora vistoriou mochilas e depois achou aparelho em casa.

Mães de alunos se reuniram com o secretário da Educação de Franca (SP) para pedir explicações sobre a denúncia de que as as crianças ficaram sem recreio e tiveram as mochilas revistadas após uma professora suspeitar que os estudantes haviam furtado o celular dela.

Segundo a dona de casa Daiane Cristina dos Santos, o aparelho foi encontrado depois, na casa da educadora. O caso de constrangimento está sendo investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e pela Secretaria da Educação. 

A professora foi afastada das funções.

“Muito revoltante, muito humilhante, porque são crianças de 7 a 9 anos, não mereciam passar por isso. Ela não teve a coragem de, ao menos, pedir desculpas. Não tiraria o nosso sentimento, mas ela não teve a decência de pedir desculpas”, desabafou.

O secretário da Educação, Edgar dos Reis Filho, disse que todos os envolvidos, inclusive a diretora do colégio, que teria ficado no pátio com os alunos, enquanto as bolsas eram revistadas na sala de aula, são alvos de uma sindicância na Controladoria do Município.

“Além do início do processo administrativo, optamos por afastar a professora da sala de aula. Entendemos que a escola é um ambiente de paz, de humanização. Condutas que, de alguma forma, tragam algum prejuízo emocional para as crianças são condenadas”, disse.

A delegada Christina Bueno de Oliveira, que chefia a investigação do caso, informou que ainda é necessária a identificação da professora para que ela possa prestar depoimento. Uma cópia do registro policial foi encaminhada à Secretaria da Educação.

CASO

Durante as atividades pedagógicas na Escola Municipal Nelson dos Santos Damasceno, no Jardim Bonsucesso, a professora percebeu a falta de seu celular.

Perguntou aos alunos se alguém tinha ficado com ele. Diante da negativa, levou os alunos para o pátio e mandou abrir as mochilas.

O celular não foi encontrado. Até que alguém teve a tardia ideia de fazer o que era prioritário: ligar no número do celular.

Feito isso, quem atendeu do outro lado era um familiar da professora, dizendo que o celular estava em casa.

Mas o barraco já estava formado. Segundo os alunos, a professora pediu que nada fosse contado aos pais, mas pedir isso para uma classe é a mesma coisa que pedir para espalhar para a cidade.


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