PR: prefeito é processado por usar verba do Fundeb para comprar chocolates

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 5 de setembro de 2020 às 14:51
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 21:11
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José Luiz Santos está sendo processado pelo MP por ter usado a verba para distribuir ovos de páscoa

A Justiça Eleitoral determinou o bloqueio de R$ 17 mil do prefeito de São Carlos do Ivaí, no noroeste do Paraná, no âmbito de uma ação por improbidade administrativa. 

José Luiz Santos (Solidariedade) está sendo processado pelo Ministério Público do Estado por supostamente ter usado repasses do governo federal destinados à Educação para promover a distribuição de ovos de Páscoa durante a pandemia de covid-19.

De acordo com a ação, servidores e estagiários da prefeitura receberam mais de mil ovos produzidos com verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que serve para financiar as escolas públicas do País.

“O gestor municipal ainda promoveu a entrega pessoal dos ovos de chocolate a inúmeras pessoas, registrando fotos do evento, posteriormente utilizadas para promoção pessoal nos meios de comunicação oficial do Município”, sustenta o MP-PR.

Para os promotores, além do mau uso do dinheiro público, a distribuição em ano de eleições municipais caracteriza ilícito eleitoral. Caso a representação do Ministério Público seja julgada procedente, o prefeito pode ser multado e ter o registro cassado para a próxima disputa.

“Tratando-se de distribuição gratuita de bens custeados pelo Poder Público municipal em ano eleitoral, com a promoção pessoal do agente público e a utilização indevida dos meios de comunicação oficial da municipalidade, as condutas do chefe do Executivo municipal também configuraram ilícito eleitoral”, alega o Ministério Público.

Os promotores também argumentam na ação que, ao promover a entrega pessoal dos ovos de chocolate durante dois dias, sem a utilização de equipamento individual de proteção, o prefeito violou o decreto municipal editado por ele próprio para garantir o isolamento social. 

O dispositivo proibia eventos, reuniões e concentração de pessoal, de qualquer natureza, nos limites do município, como estratégia de enfrentamento da pandemia de coronavírus.

A reportagem do “Estadão” entrou em contato com a prefeitura, que informou que não vai se manifestar.


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