Pós-parto: porque algumas mulheres sofrem com o aparecimento da diástase?

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  • Publicado em 20 de novembro de 2017 às 11:12
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:26
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Apesar de pouco conhecida, diástase, separação dos músculos abdominais, é muito comum entre as mulheres

Uma linha funda da região do peito até o abdômen denuncia uma diástase, a separação dos músculos reto abdominais. Apesar de pouco conhecida, a condição é muito comum no pós-parto. “Durante a gravidez, as fibras musculares retas que sustentam o abdômen se estiram, e esse afastamento forma um pequeno buraco separando os dois lados da musculatura”, explica o preparador físico Felipe Kutianski. “Esse problema está relacionado aos hábitos da gestante e a seu porte físico”, completa.

As causas podem ser muitas: gestações múltiplas, obesidade, bebé muito grande, excesso de líquido amniótico, hormônios que provocam relaxamento muscular, desnutrição, sedentarismo, ganho de peso exagerado na gestação. “Grávidas que já praticavam exercícios físicos antes da gestação apresentam diástase com menor frequência, já que a musculatura abdominal, que foi exercitada antes da barriga crescer, apresenta uma maior flexibilidade e capacidade de extensão, e assim, menos chance de se distender”, destaca Felipe.

Ele sugere que para se evitar a diástase, a gestante deve procurar uma nutricionista para ter uma alimentação equilibrada. É essencial para evitar o sobrepeso e o distanciamento dos músculos “Caminhadas e exercícios podem e devem fazer parte da vida da grávida, tudo com acompanhamento especializado”, alerta.

A postura da mulher também influencia para que o músculo se afaste. É importante que a grávida se sente corretamente, com a coluna ereta.

Estética x Saúde

E o problema não se resume a uma marca no abdômen. Pode ser a principal causa de dores na lombar, nádegas e coxas; incontinência urinária e dificuldade em realizar certos movimentos. Isto porque, quando há uma diástase, existe mais fraqueza em toda a região abdominal. “Então seu corpo não é trazido para frente, da forma que deveria. Ele permanece lá atrás forçando sua coluna, quadril e discos vertebrais. Esse é um dos fatores de problemas sérios de coluna – como hérnia de disco, bico de papagaio, inflamação do nervo ciático”, pondera.

Mas especialistas garantem que a diástase não atrapalha gestações futuras. Isto porque geralmente, essa distensão retrocede, mesmo que parcialmente, após o nascimento do bebê. Porém, caso permaneça, o corpo se adapta a essa sobra e, quando a mulher engravidar futuramente, haverá outra distensão.

Felipe conta que se o espaço entre os músculos for discreto, de até 1,5 centímetros, exercícios abdominais são capazes de fortalecer a região e tornar o vão imperceptível. “Mas é preciso combiná-los com uma alimentação balanceada”, reforça o preparador físico, acrescentando que não são os abdominais comuns que farão a diástase fechar ou a musculatura abdominal voltar e reduzir o “estufamento”. Felipe cita como exemplo, as pranchas isométricas: para começar, de bruços, apoiar os cotovelos e o antebraço no solo e deixá-los alinhados aos ombros.  As pontas dos pés devem estar apoiadas no chão e alinhadas com os cotovelos. Para executá-lo, com o corpo ereto, contraia o abdômen e eleve o quadril até o nível dos ombros. “Realizar de quatro a cinco séries de 30 segundos a 60 segundos de isometria com 15 segundos a 30 segundos de intervalo”, observa.