Poluição sonora influencia até na obesidade: consequências são muitas

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  • Publicado em 10 de janeiro de 2019 às 14:41
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:18
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Estudos apontam que até o ano de 2050, 900 milhões de pessoas em todo o mundo poderão vir a ter surdez

Segundo estudos da
OMS (Organização Mundial de Saúde), até o ano de 2050, cerca de 900 milhões de
pessoas em todo o mundo poderão vir a ter surdez. Entre as principais razões
para estes dados alarmantes, estão algumas infecções, o uso excessivo de
remédios e a exposição a sons muito altos. E justamente por ser invisível, esta
poluição sonora pode ser um dos maiores vilões do mundo moderno para a saúde
auditiva. Normalmente originados de vizinhos, do trânsito intenso ou mesmo pela
proximidade com estações de metrô, trens e aeroportos, o som pode ultrapassar
os 90 decibéis, sendo que o limite seguro para som contínuo é de 50 decibéis,
segundo estudo realizado pela Associação Brasileira para Qualidade Acústica.

Em um relatório recente, a organização estipulou recomendações de níveis máximos de barulho em locais públicos como forma de combater doenças decorrentes da influência do estresse sonoro.

Um dos documentos que serviram de base às recomendações associa o excesso de ruído a doenças metabólicas e cardiovasculares, déficits cognitivos em crianças, zumbidos nos ouvidos, distúrbios do sono, danos ao aparelho auditivo e até mesmo à obesidade.

Estresse como fator

Segundo a OMS, a poluição sonora desencadeia reações de estresse no organismo que levam a diversos danos.

“Os efeitos fisiológicos do barulho são geralmente induzidos por dois sistemas diferentes, o eixo da medula da glândula suprarrenal e o eixo hipotalâmico-hipofisário-adrenal (HHA)” explica o documento. O eixo da medula da glândula suprarrenal é ativado por uma “reação em cadeia que leva à excreção de adrenalina e noradrenalina”.

“O mecanismo prepara o corpo para a luta ou a fuga, mobilizando a energia nos músculos, coração e cérebro e reduzindo o fluxo de sangue nos órgãos internos”, o que deixa o corpo humano em estado de alerta, explica o documento.

Já a hiperatividade do eixo hipotalâmico-hipofisário-adrenal (HHA) está associada a situações de estresse crônico, quando o corpo secreta o hormônio cortisol. Sentimentos de aflição, ansiedade e depressão estão associados a esse quadro, aponta o relatório. Ou seja, a exposição recorrente a muito barulho causa a liberação desregulada de hormônios, o que afeta negativamente o organismo.

A OMS recomenda que uma pessoa não esteja exposta a mais de 30 decibéis A-ponderados (dB(A)) no quarto de dormir. Igualmente, é recomendado que escolas restrinjam o barulho em sala de aula a menos do que 35 dB(A), para garantir condições de ensino ideais.

Por exemplo, zero dB(A) é considerado o ponto em que uma pessoa começa a ouvir sons. Um sussurro a cerca de 90cm de distância equivale a 30 dB(A). Uma autoestrada a 15 metros de distância corresponde a cerca de 80 dB(A). Já uma motosserra chega a até 110 dB(A).

A exposição a sons que ultrapassem os 120 dB(A) sem o uso de proteção pode causar dor física.

Grupos vulneráveis

Alguns grupos são mais vulneráveis a esse tipo de problema, segundo a OMS: “As crianças passam mais tempo na cama do que os adultos, elas ficam mais expostas ao ruído à noite”.

“Doentes crônicos e idosos são mais sensíveis a distúrbios e os trabalhadores noturnos correm maior risco, porque sua estrutura de sono está sob estresse”, exemplifica o relatório.

Além disso, as populações mais pobres, que muitas vezes não podem escolher morar em bairros mais calmos ou ter residências com isolamento adequado, também sofrem desproporcionalmente mais.

O comprometimento do desenvolvimento e da educação na primeira infância causado pelo ruído “pode ter efeitos ao longo de toda a vida no desempenho acadêmico e na saúde” alerta a OMS.

A exposição contínua de crianças a ruídos altos como o de aeronaves prejudica o desempenho cognitivo, afeta o bem-estar diminuindo a motivação e atua sobre a pressão sanguínea e secreção de hormônios.

Qualidade de vida perdida

Avaliando os níveis de poluição sonora na Europa Ocidental, a OMS quantificou a perda de anos de vida saudável em decorrência da exposição ao barulho. O impacto das doenças foi calculado numa medida única, que soma os anos de vida perdidos por mortalidade prematura e os anos vividos sofrendo de incapacidade decorrente da má saúde.

“Esses resultados indicam que ao menos um milhão de anos de vida saudável são perdidos a cada ano em decorrência do barulho ambiental causado pelo trânsito na Europa Ocidental”, diz o documento.

Cerca de 40% da população europeia está exposta a ruídos de transito que excedem 55 db(A), sendo que 20% da população sofrem diariamente com uma exposição ainda mais intensa, que chega a níveis de 65 dB(A).

“A poluição sonora nas nossas cidades está aumentando, arruinando as vidas de muitos cidadãos europeus. Mais do que um incômodo, barulho excessivo é um risco de saúde, contribuindo para doenças cardiovasculares, por exemplo. Precisamos agir contra as muitas fontes de poluição ambiental – de veículos motorizados a discotecas e shows – para proteger nossa saúde”, disse a dra. Zsuzsanna Jakab, diretora da OMS para Europa em comunicado.

O escritório regional da OMS não soube informar estimativas específicas para o Brasil, mas ressaltou que as recomendações para limitar o nível de poluição sonora são globais.

Obesidade e barulho

O pesquisador do Instituto Karolinska da Suécia, dr. Andrei Pyko, estuda os efeitos da poluição sonora na saúde humana e seus levantamentos serviram de base para as recomendações da OMS. Ele constatou que há uma relação entre exposição ao barulho do trânsito e a obesidade.

“O barulho do trânsito, por exemplo, poder influenciar funções cardiovasculares e metabólicas por meio de distúrbios do sono e estresse crônico. O sono é um importante moderador da liberação de hormônios, da regulação de açúcares e de funções cardiovasculares. Distúrbios do sono podem afetar as funções imunológicas, influenciar o controle central do apetite e o gasto de energia, bem como aumentar os níveis do hormônio de estresse”, explicou à BBC News Brasil.

“No nosso estudo, vimos que o ruído do tráfego rodoviário foi significativamente relacionado com a circunferência da cintura, com um aumento de 0,21 cm por 5 dB (A). Isso significa que uma pessoa na média dos nossos dados tinha 0,21 cm de circunferência da cintura maior em comparação com aqueles expostos 5dB (A) a menos de ruído”, disse Pyko.

“Ou se compararmos as médias da circunferência da cintura entre aquelas pessoas expostas a 45 dB, em contraste, as médias daqueles expostos a 65 dB (diferença de 20 dB ou quatro vezes por 5 dB) esperaríamos uma diferença das médias de 4 * 0,21 = 0,84 cm”, exemplificou.

Então, os brasileiros deveriam evitar ter o hábito de tocar música alta em espaços públicos?

“Há amplas evidências de que altos níveis de ruído causam danos auditivos e que intervenções para reduzir a exposição ao ruído são eficazes na diminuição desse risco. Reduzir a exposição prejudicial ao ruído de lazer não requer recursos intensivos, mas se concentra em mudanças de comportamento que podem ser difíceis de implementar devido a fatores culturais”, disse à BBC News Brasil Dorota Jarosińska, do centro europeu para meio ambiente e saúde da OMS em Bonn, na Alemanha.

A PESQUISA​

Segundo a
pesquisa, quem permanece entre as avenidas Paulista, 23 de Maio e 9 de Julho,
na capital paulista, no horário de pico, pode enfrentar barulhos que ficam
entre 86 e 95 decibéis. Na maioria dos casos, todo este excesso sonoro tem uma
porta de entrada nos lares: as janelas.

Na tentativa de
minimizar os efeitos causados pelo som incontrolável que vem da rua, as janelas
acústicas estão se tornando grandes aliadas nessa busca constante por melhores
condições de saúde e conforto. A Weiku, sempre atenta às demandas do mercado,
traz o que há de mais moderno em esquadrias de PVC. O material, por
característica, não permite que o som seja conduzido para o interior, sendo a
melhor opção para um isolamento acústico de ponta. Por ter um processo 100%
verticalizado, em cada projeto, a empresa realiza uma análise técnica que
especifica a melhor tipologia e característica dos vidros, considerando a
frequência, a intensidade dos sons e o ambiente em que será instalado. Esse
cuidado ajuda a atenuar significativamente a entrada ou saída dos ruídos,
garantindo o melhor em conforto e tranquilidade aos moradores. Porém muito além
de saber as causas, é importante saber como evitar.

O que é
poluição sonora?

Ao contrário das
poluições tradicionais, a sonora ocorre quando um determinado som altera o
ambiente e a condição normal de audição. Apesar de possuir um menor raio de
ação e não ser transportado por fontes naturais, o ruído excessivo pode causar
diversos danos ao corpo e à qualidade de vida.

O que pode
acontecer?

Por ser imperceptível,
pode causar prejuízos de longo prazo à saúde. Pessoas que ficam expostas a
ruídos muito acima do recomendável, por exemplo, não demoram a apresentar
sintomas: os mais frequentes são os auditivos, além de dor de cabeça,
irritação, tontura, stress, surdez, agressividade, perda de atenção,
concentração e insônia. Um sinal de alerta é a necessidade de aumentar a
televisão mesmo quando o volume já perceptivelmente alto, ou a dificuldade de
se concentrar em um único som quando há outros por perto.

Qual o
limite de decibéis que o ser humano suporta?

Segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), o nível de ruído recomendável para a
audição é de até 50 decibéis (dB). Porém, a partir de 76 dB podem ocorrer
problemas à saúde. Após receber uma potência de 100 dB, a pessoa está sujeita a
um trauma auditivo que pode acarretar na surdez. Já em 120 dB, lesões do nervo
auditivo podem ocorrer, provocando um zumbido constante nos ouvidos, além de
tonturas. Ainda mais alto, a 140 dB pode levar a destruição total e o estouro
do tímpano.

Como
evitar dentro de casa?

A atitude correta
para evitar os transtornos causados por ruídos inoportunos é promover o
tratamento e isolamento acústico da residência já na fase de construção. Isso
pode ser feito com a utilização de janelas no tamanho perfeito para o espaço
reservado. Uma boa solução é a utilização de janelas que permitam o isolamento
total ou parcial dos ruídos externos. A vedação sonora correta de um ambiente
ou mesmo de uma residência inteira pode impedir que o som se propague entre os
ambientes, garantindo mais privacidade nos espaços internos. A Weiku oferece
uma linha de janelas que reduz o nível de ruído em até 35 dB. A empresa integra
a Associação Brasileira para a Qualidade Acústica (Pro Acústica), que ao lado dos
vidros duplos, garantem isolamento acústico de até 35 decibéis, além da
proteção térmica. Por isso, o vidro duplo é muito utilizado para tornar
possível estar em grandes centros e ter uma noite tranquila de descanso. Outra
precaução a ser tomada é a redução do volume dos aparelhos domésticos, como som
e TV.