Polícia Federal prende prefeito e faz busca em gabinetes de vereadores

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 13 de dezembro de 2018 às 11:39
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:14
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A investigação diz que nove empresas pagavam propina mensal para o prefeito de Mauá e vereadores

A Polícia Federal em São Paulo prendeu na manhã desta quinta-feira (13) o prefeito de Mauá, Átila Jacomussi (PSB), e o ex-secretário de governo da cidade João Eduardo Gaspar durante a operação Trato Feito. 

A investigação indica que nove empresas, de diferentes ramos, pagavam propina mensal para o prefeito.

A juíza federal Raquel Silveira, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, também autorizou o cumprimento de mandados de busca e apreensão nos gabinetes de 22 dos 23 vereadores da cidade. 

A PF cumpre ainda mandados de busca na Prefeitura de Mauá, na sede da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) e na casa de Ione Scapinelli, coordenadora da Secretaria de Governo de Mauá, e um no Espírito Santo. No total, são 54 mandados de busca e apreensão.

A operação desta quinta é um desdobramento da Prato Feito — força-tarefa da PF e a Controladoria Geral da União (CGU), deflagrada em maio deste ano, que investigou desvio de verbas federais destinadas à compra de merenda escolar em três estados (São Paulo, Paraná e Bahia) e no Distrito Federal.

Na ocasião, os investigadores apreenderam na casa de João Eduardo Gaspar diversos documentos, planilhas, listas e manuscritos que indicavam, segundo a PF, a existência de um sofisticado esquema de corrupção, envolvendo o prefeito Átila Jacomussi, o ex-secretário de governo e 22 dos 23 vereadores da cidade.

Defesa do prefeito diz que PF só “requentou” fatos já revogados pelo STF.

Esquema

Segundo a PF, as nove empresas, que mantêm contratos de prestação de serviço ou de fornecimento de materiais para a Prefeitura de Mauá, pagavam propina mensal para Átila Jacomussi. 

O ex-secretário de governo redistribuía os valores aos outros integrantes do grupo. Os valores da propina variavam de 10% a 20% do valor dos contratos. Os escritórios das empresas também são alvo de buscas.

A investigação indica que as 9 empresas pagavam para comprar apoio e conseguir contratos superfaturados.

Em maio, durante a Operação Prato Feito, Átila Jacomussi e João Eduardo Gaspar já tinham sido presos em flagrante por corrupção. Na casa de Jacomussi, a PF apreendeu R$ 85 mil em dinheiro. 

Com Gaspar, os investigadores encontraram R$ 588 mil e quase € 3 mil. A ordem de prisão preventiva contra Jacomussi e Gapar foi revogada no dia 15 de junho de 2018 por um habeas corpus do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. 

O TRF3, então, impôs cinco medidas cautelares a Jacomussi, entre elas a suspensão, em caráter liminar, do exercício do cargo de prefeito. 

Mas a ordem também foi revogada por decisão do ministro Gilmar Mendes, e Jacomussi conseguiu retornar ao cargo em 11 de setembro deste ano.

(Informações do G1 São Paulo)


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