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Dominar uma tecnologia de uma área estratégica, que é a Espacial, é importante para a soberania do país
O Centro Universitário FEI, em parceria com a USP e o IEAv, realizou experimentos inéditos no Brasil sobre dispositivos resistentes à radiação.
O ASIC SpaceWire foi projetado e testado no País pela primeira vez e poderá ser utilizado como uma rede de comunicação espacial em satélites pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Na FEI, foram realizados os testes de raios-X no Laboratório de Efeito da Radiação Ionizante (LERI).
O IEAv ficou responsável pelos testes de raios-gamma, enquanto que na USP foram feitos testes de partículas pesadas.
O estudo faz parte do projeto de Circuitos Integrados Tolerantes à Radiação (CITAR), que tem cumprido um papel importante na indústria espacial.
A professora Marcilei Guazzelli, do departamento de Física da FEI e pesquisadora do projeto, destaca que os resultados representam um importante avanço para o País.
“Dominar uma tecnologia de uma área estratégica, que é a Espacial, é importante para a soberania de um País. Se não tivermos desenvolvimento de tecnologia própria, ficaremos dependentes de outros países”, destaca.
A docente também destaca que os resultados dos testes não servem apenas para área espacial. “Toda essa tecnologia que estamos desenvolvendo também pode ser útil para outras áreas, como a da Saúde, por exemplo”.
Embargo dos Estados Unidos
Um dos fatores motivadores do projeto e da criação do Laboratório de Pesquisas em Radiação Ionizante, na FEI, foram as dificuldades encontradas pelos pesquisadores, entre elas o embargo dos Estados Unidos.
“Por conta do acordo que o Brasil fez com a China na área de satélites, sofremos sanções que dificultaram o avanço nos nossos estudos. Por conta disso, ficamos sem comprar os dispositivos resistentes à radiação que são da NASA ou de quem trabalha com eles”, revela.
Outra dificuldade encontrada pelo grupo de pesquisadores foi em relação à própria região geográfica que o País se encontra.
“Aqui no Brasil estamos em uma região chamada de anomalia atlântico sul, onde há uma falha no campo eletromagnético que faz com que a radiação seja maior que nas outras regiões”, explica a professora.
Participação em evento internacional
Neste mês, a professora Marcilei participou do 19º IEEE Latin-America Test Symposium (LATS 2018), um evento internacional sobre avanços tecnológicos em benefício da humanidade.
A docente participou do painel sobre “O uso de ‘dispositivos de prateleiras’ para aplicações no espaço: benefícios e desvantagens”.
Entre os assuntos que foram discutidos no painel, a professora falou sobre os avanços na área espacial conquistada pelos pesquisadores brasileiros no Projeto CITAR.
Projeto CITAR
Criado em 2012, o projeto de Circuitos Integrados Tolerantes à Radiação (CITAR) tem cumprido um papel importante na indústria espacial.
Ele é responsável pelo estudo, desenvolvimento e capacitação de componentes resistentes à radiação cósmica ionizante, usados em equipamentos enviados ao espaço.
Em 2016, o projeto inaugurou um laboratório no campus São Bernardo do Campo, do Centro Universitário FEI, que tem como objetivo reforçar os testes e a capacitação de componentes resistentes à radiação.
“A radiação é uma grande dificuldade para o setor espacial nacional, já que afeta o funcionamento de componentes, podendo causar falhas de comunicação, interferências nas informações e até inutilizando alguns circuitos e equipamentos inteiros”, explica a professora Marcilei Guazzelli, docente do departamento de física do Centro Universitário FEI.
Coordenador Geral do Projeto Citar e Executor do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, Saulo Finco, destacou o empenho da FEI em inaugurar um laboratório de extrema importância para o desenvolvimento científico do País, multiplicando recursos humanos, infraestrutura e estudos para solucionar os problemas encontrados em circuitos utilizados em satélites.
“Com este laboratório e os profissionais que estarão operando nele, poderemos estudar os fenômenos encontrados em componentes de satélites”, pontuou o coordenador do projeto CITAR.
O projeto é uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação (MCTIC), em parceria com Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) com o Centro Universitário FEI, o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI/MCTI), o Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFUSP), o Instituto de Estudos Avançados do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (IEAv-DCTA), a Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI) e o Instituto Mauá de Tecnologia, com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI).