OMS lista as 10 principais ameaças para a saúde global em 2019

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 19 de janeiro de 2019 às 19:09
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:19
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Doenças preveníveis por vacinação, obesidade infantil, sedentarismo, poluição são algumas das preocupações

Surtos de doenças
preveníveis por vacinação, altas taxas de obesidade infantil e sedentarismo,
além de impactos à saúde causados pela poluição, pelas mudanças climáticas e
pelas crises humanitárias. Estes são alguns dos itens que integram a lista das
10 principais ameaças à saúde global em 2019, divulgada nesta semana pela
Organização Mundial da Saúde (OMS).

A entidade pretende
colocar em prática um novo plano estratégico, com duração de cinco anos, com o
objetivo de garantir que 1 bilhão de pessoas a mais se beneficiem do acesso à
saúde e da cobertura universal de saúde; estejam protegidas de emergências de
saúde; 1 bilhão desfrutem de melhor saúde e bem-estar.

De acordo com a OMS, são as seguintes as
questões que vão demandar mais atenção da organização e de seus parceiros neste
ano:

Poluição do ar e mudanças climáticas

A estimativa da Organização Mundial da Saúde é que nove em cada
10 pessoas respiram ar poluído todos os dias. Poluentes microscópicos podem
penetrar nos sistemas respiratório e circulatório, danificando pulmões, coração
e cérebro, o que resulta na morte prematura de 7 milhões de pessoas todos os
anos por enfermidades como câncer, acidente vascular cerebral e doenças
cardiovasculares e pulmonares.

Doenças crônicas não transmissíveis

Dados da entidade mostram que doenças crônicas não
transmissíveis, como diabetes, câncer e doenças cardiovasculares, são
responsáveis por mais de 70% de todas as mortes no mundo – o equivalente a 41
milhões de pessoas. Isso inclui 15 milhões de pessoas que morrem prematuramente
(entre 30 e 69 anos), sendo que mais de 85% dessas mortes prematuras ocorrem em
países de baixa e média renda.

Pandemia de influenza

O mundo enfrentará outra pandemia de influenza – a única coisa que ainda não se sabe é
quando chegará e o quão grave será. O alerta é da própria OMS, que diz
monitorar constantemente a circulação dos vírus para detectar possíveis cepas
pandêmicas.

Cenários de fragilidade e vulnerabilidade

A entidade destacou que mais de 1,6 bilhão de pessoas – 22% da
população mundial – vivem em locais com crises prolongadas (uma combinação de
fatores como seca, fome, conflitos e deslocamento populacional) e serviços de
saúde mais frágeis. Nesses cenários, metade das principais metas de
desenvolvimento sustentável, incluindo saúde infantil e materna, permanece não
atendida.

Resistência antimicrobiana

A resistência antimicrobiana – capacidade de bactérias,
parasitos, vírus e fungos resistirem a medicamentos como antibióticos e
antivirais – ameaça, segundo a OMS, mandar a humanidade de volta a uma época em
que não conseguia tratar facilmente infecções como pneumonia, tuberculose,
gonorreia e salmonelose. “A incapacidade de prevenir infecções pode comprometer
seriamente cirurgias e procedimentos como a quimioterapia”, alertou.

Ebola

No ano passado, a República Democrática do Congo passou por dois
surtos de ebola, que se espalharam para cidades com mais de 1 milhão de
pessoas. Uma das províncias afetadas também está em zona de conflito ativo. Em
dezembro, representantes dos setores de saúde pública, saúde animal, transporte
e turismo pediram à OMS e seus parceiros que considerem 2019 um “ano de
ação sobre a preparação para emergências de saúde”.

Atenção primária

Sistemas de saúde com atenção primária forte são classificados
pela entidade como necessários para se alcançar a cobertura universal de saúde.
No entanto, muitos países não têm instalações de atenção primária de saúde
adequadas. Em outubro de 2018, todos os países-membro se comprometeram a
renovar seu compromisso com a atenção primária de saúde, oficializado na
declaração de Alma-Ata em 1978.

Vacinação

Segundo a OMS, a relutância ou a recusa para vacinar, apesar da
disponibilidade da dose, ameaça reverter o progresso feito no combate a doenças
evitáveis por imunização. O sarampo, por exemplo, teve aumento de 30% nos casos
em todo o mundo. “[A vacina] é uma das formas mais custo-efetivas para evitar
doenças – atualmente, previnem-se cerca de 2 milhões a 3 milhões de mortes por
ano”, diz a OMS. Além disso, 1,5 milhão de mortes poderiam ser evitadas se
a cobertura global de vacinação tivesse maior alcance.

Dengue

Um grande número de casos de dengue é comumente registrado
durante estações chuvosas de países como Bangladesh e Índia. Dados da OMS
mostram que, atualmente, os casos vêm aumentando significativamente e que a
doença já se espalha para países menos tropicais e mais temperados, como o
Nepal. A estimativa é que 40% de todo o mundo esteja em risco de contrair o
vírus – cerca de 390 milhões de infecções por ano.

HIV

De acordo com a entidade, apesar dos progressos, a epidemia de
Aids continua a se alastrar pelo mundo, com quase 1 milhão de pessoas morrendo
por HIV/aids a cada ano. Desde o início, mais de 70 milhões de pessoas
adquiriram a infecção e cerca de 35 milhões morreram. Atualmente, cerca de 37
milhões vivem com HIV no mundo. Um grupo cada vez mais afetado são as
adolescentes e as mulheres jovens (entre 15 e 24 anos), que representam uma em
cada quatro infecções por HIV na África Subsaariana.


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