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Na década de 70, Omar Pucci residia no centro da cidade, no prédio que é sede da Acif. 

Apesar de ter poderio financeiro e ser proprietário da maior empresa da cidade, ele tinha um carro simples, que quase nunca utilizava. 

De manhã, ainda madrugada na verdade, ele deixava seu prédio e seguia a pé pela Rua Voluntários da Franca até a Estação, virava para entrar na Santos Dumont e chegar à sede da empresa, que era perto dos Caleiros, na quadra onde foi a Ciretran.

Almoçava no refeitório da empresa e à tarde fazia o caminho inverso. Poucos sabiam quem era aquele homem que ia e voltava do trabalho a pé. 

Ele não se deixava fotografar, não comparecia a eventos e seu prazer era justamente ser uma pessoa absolutamente comum em meio aos comuns. 

Pensou desde sempre nos funcionários. Para não criar diferença dentro da fábrica, criou as calças e camisas verdes, uniforme nas cores da Amazonas. 

Ali dentro era todo mundo igual. Pensou na diversão. Construiu um clube social exclusivo para seus funcionários, melhor do que os clubes que existiam na cidade: tinha salão de festas, de baile, piscina, parquinhos. Era aberto aos funcionários e seus dependente. Todo sábado tinha bailinho para as famílias

A vontade de ser desconhecido em meio à multidão, levou-o de mudança para São Paulo. Mas sem abandonar as notícias e as causas francanas. 

O ex-vereador Walter Chimello lembrou que certa feita, agraciado com o título de Cidadão Emérito, Omar Pucci não quis ir até a Câmara Municipal para receber a homenagem. Pediu para que o título lhe fosse entregue dentro da fábrica, junto a seus funcionários.

Esse francano que hoje deixa o convívio terreno, deixa também exemplos de que é possível ser empresário, visar lucro, mas privilegiar as pessoas que contribuem com o crescimento da empresa.

Ele será lembrado pelo humanismo, pela educação e pela simplicidade.

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