Coronavírus infecta e se replica em células das glândulas salivares, diz estudo USP

  • Cláudia Canelli
  • Publicado em 30 de junho de 2021 às 22:30
  • Modificado em 30 de junho de 2021 às 23:51
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Até então, acreditava-se que apenas vírus causadores de doenças com prevalência muito alta usavam as glândulas salivares como reservatório

Descoberto mais um meio de infecção do coronavírus: por meio das glândulas salivares

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) constataram que o Sars-CoV-2 infecta e se replica em células das glândulas salivares.

Foram analisadas amostras de três tipos de glândulas salivares, obtidas durante um procedimento de autópsia minimamente invasiva em pacientes que morreram em decorrência de complicações da COVID-19 no Hospital das Clínicas da FM-USP

De acordo com o site Viva Bem, do portal UOL, os cientistas verificaram que esses tecidos especializados na produção e secreção de saliva são reservatórios para o novo coronavírus.

Os resultados do estudo, apoiado pela FAPESP, foram publicados no Journal of Pathology.

Fluido

As descobertas contribuem para explicar por que o novo coronavírus é encontrado em grandes quantidades na saliva, o que viabilizou a realização de testes para diagnósticos da COVID-19 a partir do fluido, sublinham os autores do trabalho.

É o primeiro relato de vírus respiratório capaz de infectar e se replicar nas glândulas salivares.

Até então, acreditava-se que apenas vírus causadores de doenças com prevalência muito alta, como o da herpes, usavam as glândulas salivares como reservatório.

Isso pode ajudar a explicar por que o Sars-CoV-2 é tão infeccioso”, diz à Agência FAPESP Bruno Fernandes Matuck, doutorando na Faculdade de Odontologia da USP e primeiro autor do estudo.

Os pesquisadores já tinham demonstrado, em estudo anterior, a presença de RNA do Sars-CoV-2 no tecido periodontal de pacientes que morreram em decorrência da COVID-19 (leia mais em agencia.fapesp.br/35512/).


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