Novo app pode ter exposto dados de milhões de usuários do Facebook

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 15 de maio de 2018 às 00:56
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:44
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Segundo dados, cerca de 6 milhões de pessoas tiveram os dados coletados ao usar app de baixíssima segurança

Dados de milhões de
usuários do Facebook podem ter sido expostos online em um novo escândalo de
segurança, como publicou na última segunda-feira, 14 de maio, o site da revista
New Scientist.

Segundo a
publicação, acadêmicos da Universidade de Cambridge utilizaram um aplicativo,
chamado de myPersonality, para captar dados de usuários e o distribuíram em um
site para centenas de pesquisadores. O endereço online, porém, tinha um nível
baixíssimo de segurança, reportou a revista, expondo para um número ainda não
calculado de pessoas informações bastante sensíveis.

O myPersonality faz parte do grupo de 200
aplicativos suspensos pelo Facebook desde o início das investigações sobre
atividades suspeitas de desenvolvedores terceiros dentro da rede social. As
investigações, vale lembrar, acontecem depois que os jornais The Observer e The New York
Times
revelaram o uso ilícito de dados de 87 milhões de usuários da
rede social pela consultoria Cambridge Analytica, que trabalhou, entre outros,
na campanha de Trump à presidência dos EUA em 2016.

O aplicativo foi
criado por David Stillwell e Michal Kosinski, da Universidade de Cambridge –
Aleksandr Kogan, responsável pelo aplicativo usado pela consultoria Cambridge
Analytica, também fez parte do processo anteriormente. “O tipo de dados captados é poderoso e há
grande potencial para uso mal-intencionado”, disse Chris Sumner, da Online
Privacy Foundation, à revista. Segundo a publicação, a autoridade regulatória
de proteção de dados, a Information Comissioner’s Office, disse que está
investigando os dois pesquisadores.

Segundo dados, 6
milhões de pessoas fizeram os testes do myPersonality – metade deles concordou
em compartilhar os dados de seus perfis do Facebook com o projeto. Todos os
dados foram coletados e tiveram seus nomes removidos antes de serem disponibilizados
em um site para compartilhamento com outros pesquisadores.

De acordo com a New Scientist,
pelo menos 280 pessoas de 150 instituições diferentes, incluindo empresas como
Facebook, Google, Microsoft e Yahoo, tinham acesso ao banco de dados. Para ter
o acesso, era preciso ter um contrato acadêmico permanente. O site, porém,
tinha um nível de segurança baixíssimo – a ponto de um usuário e senha válidos
serem facilmente encontráveis com uma busca no Google.


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