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Dados mostram que a Covid-19 foi responsável por mais óbitos do que doenças graves de saúde pública
Barra do Piraí, no Rio de Janeiro. Mairiporã, em São Paulo. Fazenda Rio Grande, no Paraná. Abreu e Lima, em Pernambuco. Jataí, em Goiás.
Cidades diferentes, em estados diferentes, mas com ponto em comum: têm 100 mil habitantes, mesmo número de mortes causadas pela tragédia da Covid-19 no Brasil desde o início da pandemia. É como se cada mulher e homem, cada criança, adulto e idoso de uma dessas cidades tivesse morrido nos últimos cinco meses.
Se as cem mil pessoas mortas pelo coronavírus estivessem concentradas numa mesma região geográfica, equivaleriam a todos os moradores dos bairros de Botafogo e do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. Ou ao total de quem vive nos bairros da Mooca e Pari, em São Paulo.
Dos 5.570 municípios brasileiros, 5.232, ou seja, 94% do total, têm menos de cem mil habitantes. Cem mil mortes fariam desaparecer, de uma só vez, a população dos 68 menores municípios do país.
Cidades como Serra da Saudade, em Minas Gerais, Presidente Castello Branco, em Santa Catarina, e Santa Tereza, no Rio Grande do Sul, perderiam juntas todos os seus habitantes, transformando-se em vazios de vida.
Os homicídios dolosos são uma das maiores causas de morte no país. Em cinco meses, o coronavírus matou mais brasileiros do que as vítimas de assassinatos nos anos de 2018 e 2019. Nos dois anos somados, segundo dados do Ministério da Justiça, 92.604 pessoas perderam a vida devido à violência.
Dados de 2017 do Ministério da Saúde mostram que a Covid-19 foi responsável por mais óbitos, até agora, do que doenças consideradas problemas graves de saúde pública, como diabetes, HIV/Aids, câncer de pulmão ou câncer de mama.