Ministério da Saúde diz que maioria dos jovens se alimenta muito mal

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 16 de outubro de 2018 às 14:36
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:05
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Dados foram divulgados em razão do Dia Mundial da Alimentação, lembrado nesta terça, 16 de outubro

Dados do Sistema de Vigilância
Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde apontam que, em 2017, 55% dos
adolescentes acompanhados pela atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS)
consumiram produtos industrializados, como macarrão instantâneo, salgadinho de
pacote ou biscoito salgado. Além disso, 42% deles ingeriram hambúrguer e
embutidos e 43%, biscoitos recheados, doces ou guloseimas. Os números foram
divulgados em razão do Dia Mundial da Alimentação, lembrado nesta terça-feira,
16 de outubro, e, segundo a pasta, servem de alerta.

De acordo com o ministério, jovens
que apresentam quadro de obesidade aos 19 anos, por exemplo, apresentam 89% de
chance de serem obesos aos 35 anos – daí a importância, segundo o próprio
governo, de se investir em uma alimentação saudável e adequada ainda na
infância e na adolescência.

Os dados revelam que o Sul é a região
do país com a maior quantidade de jovens consumindo hambúrguer e embutidos e
também macarrão instantâneo, salgadinho de pacote e biscoito salgado, com 54% e
59%, respectivamente. Já o Norte aparece com o menor percentual nesses dois
grupos, com 33% e 47%, respectivamente. Em relação aos biscoitos recheados e
guloseimas, o Sul segue na frente (46%), empatado com o Nordeste (46%).

Na análise por sexo, os percentuais,
segundo a pasta, mostram que o consumo de industrializados, fast food,
alimentos doces recheados e guloseimas não se diferencia muito, sendo um pouco
maior entre os meninos. 

O primeiro grupo de alimentos, por exemplo, é consumido
por 58% deles, enquanto as meninas representam 54%. Já o segundo grupo é
consumido por 41% dos jovens do sexo masculino e por 38% do sexo feminino,
enquanto os recheados são preferência de 42% deles e 41% delas.

“Os maus hábitos à mesa têm refletido
na saúde e no excesso de peso dos adolescentes”, destacou o ministério, ao
citar números da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar que mostram que 7,8% dos
adolescentes nas escolas com idade entre 13 e 17 anos estão obesos. O problema
é maior entre os meninos (8,3%) do que entre as meninas (7,3%). Os dados também
apontam que 8,2% dos adolescentes com idade entre 10 e 19 anos atendidos na
atenção básica em 2017 são obesos.

Adultos

Já os brasileiros adultos, segundo a
pasta, demonstram hábitos alimentares mais saudáveis, conforme apontado pela
Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por
Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2017. Os dados mostram que o consumo regular
de frutas e hortaliças nesse grupo cresceu 4,8% (de 2008 a 2017) enquanto o
consumo de refrigerantes e bebidas açucaradas caiu 52,8% (de 2007 a 2017).

O estudo também aponta que a ingestão
regular – cinco ou mais dias na semana – de frutas e hortaliças aumentou
em ambos os sexos enquanto o consumo recomendado – cinco ou mais porções
por dia em cinco ou mais dias da semana – aumentou mais de 20% entre
adultos de 18 a 24 anos e de 35 a 44 anos. Os dados revelam, entretanto, uma
diminuição da ingestão de ingredientes considerados básicos e tradicionais na
mesa do brasileiro. O consumo regular de feijão, por exemplo, caiu de 67,6% em
2011 para 59,5% em 2017.


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