Estado de Minas lança central online para bloqueio de celulares roubados

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 8 de julho de 2018 às 11:17
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:51
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Ideia é inutilizar o smartphone antes que o ladrão e o receptador possam usá-lo

Com apenas três cliques, uma pessoa que teve seu telefone celular roubado ou furtado agora consegue bloquear o aparelho no site da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) de Minas Gerais.

A interrupção do funcionamento dos equipamentos pode ser feito por meio do novo sistema instalado e interligado online à Central de Bloqueio de Celulares (Cbloc) do Estado. 

 (clique aqui para acessar)

O sistema poderá ser acionada por qualquer cidadão pela página da secretaria na internet, caso o registro da ocorrência tiver sido feito em até 48 horas. 

Essa possibilidade, segundo a pasta, aumenta as chances de que o smartphone seja inutilizado antes que possa ser usado pelo ladrão ou pelo receptador. 

Passado esse período, qualquer cidadão pode requerer o bloqueio em uma unidade das polícias Militar ou Civil. 

Antes, seria necessário que o dono do aparelho tivesse a numeração da Identificação Internacional de Equipamento Móvel (Imei, na sigla em inglês), algo que nem sempre as pessoas anotam ou preservam nas caixas de aparelhos. 

O procedimento teria ainda de passar pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), ou pela sua operadora, via telefone. 

Com o bloqueio do aparelho, a Sesp informa que além da garantia de que o infrator não vai usar o aparelho, o crime se torna menos atrativo e o mercado clandestino desse tipo de equipamento fica menos rentável e procurado. 

A pasta destaca ainda que, de posse do aparelho, acabavam ficando expostas informações pessoais sensíveis, como mensagens de texto e até questões que envolvem segurança, como trajetos percorridos diariamente pelo dono, por meio dos aplicativos que acessam o GPS.

MENOS CRIMES

De acordo com dados da secretaria, entre janeiro e abril deste ano ocorreu uma redução de 27,6% nos registros de roubos e furtos de telefones celulares na comparação com o mesmo período de 2017. Ainda assim, o volume é considerado alto, com 16.651 aparelhos tendo sido levados de seus proprietários. Do total de roubos ocorridos no estado, 56,6% eram relativos ao de smartphones. O perfil de vítimas mais visado é de mulheres com idades entre 18 e 24 anos.

Outro objetivo é inibir o uso de celulares roubados na prática de outros crimes. Lojistas e transportadores também poderão bloquear os aparelhos que tiverem sido roubados de seus carregamentos. Mas, como ainda não há números vinculados a esses equipamentos, será necessário a uso do Imei.

Apesar de ter o aparelho bloqueado, o proprietário da linha não perde seu número, nem qualquer outro benefício de que disponha junto à sua operadora. Contudo, é importante que o cliente também informe à operadora sobre o crime e o bloqueio.

O serviço de bloqueio imediato também abre a possibilidade de ter o aparelho de volta, caso seja apreendido em alguma operação policial. 

Recebendo a solicitação, do outro lado da conexão estarão profissionais da Secretaria de Segurança Pública que providenciarão a inutilização do celular junto à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em até 24 horas.

NÚMEROS

O hábito de usar o celular em qualquer momento é um grande atrativo para os bandidos. Tanto que o furto de celulares vem aumentando a cada ano em Belo Horizonte. 

Somente entre janeiro e março último, a média foi de 55,8 ocorrências desse tipo por dia, 27% a mais que no mesmo período do ano passado. Os roubos – casos em que o bem é retirado com uso de violência – tiveram queda no primeiro trimestre (veja quadro). 

Mesmo assim, a média não é muito diferente: foram 55,3 casos diários. Eventos onde existe aglomeração de pessoas – jogos ou festas públicas – criam o ambiente ideal para que esses números se mantenham em alta. Para se ter uma ideia, no carnaval deste ano, foi o delito mais registrado pela Polícia Militar (PM).Mas não é somente assim que os criminosos agem. Basta um momento de distração. 

Segundo as estatísticas da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), o crime vem aumentando de forma progressiva nos últimos três anos na capital mineira.

No primeiro trimestre de 2018, foram 5.022 casos, contra 3.953 do mesmo período do ano passado. A diferença é ainda maior em comparação com 2016, quando foram 3.205 ocorrências.

Em Minas Gerais,também há aumento do delito: foram 14.541 ocorrências até março deste ano, contra 14.122 no três primeiros meses de 2017.

(foto: Arte/EM)
(foto: Arte/EM)

Apesar de o número de roubos de celulares estar em queda na capital e no estado como um todo, o conjunto de crimes ainda é alto. Sempre considerando o período janeiro/março, neste ano foram 4.977 casos, menos que em 2017, quando houve 6.663 registros. Em Minas, ocorreram 12.921 roubos no período, contra 17.886 na mesma época do ano passado.

OCASIÃO FAZ O LADRÃO.

Pessoas que roubam e furtam celulares normalmente se valem da distração e da vulnerabilidade das vítimas em potencial, que facilitam o “trabalho” dos criminosos. Por isso é preciso ter muita atenção. “Portas de escolas são um dos pontos vulneráveis, pois é onde os estudantes, até por serem menores, são visados. Então, o alerta é para que as pessoas, principalmente estudantes e idosos, não saiam com celulares nas mãos. Quando estão na rua, devem deixá-lo guardado no bolso, na mochila, na bolsa, e evitar colocar as bolsas para trás. O objetivo é não despertar a curiosidade dos ladrões, que agem em situação de oportunidade”, afirma o delegado José Luiz Quintão, da 3ª Delegacia da Polícia Civil

Uma das formas de impedir o aumento dos roubos e furtos de celulares é o cerco aos receptadores, alvos frequentes de operações das polícias Civil e Militar. “O ladrão, o autor do furto ou roubo, normalmente não subtrai para uso próprio e, sim, para revenda. Existe o executor imediato e os mentores intelectuais, que são os cabeças, recebem o material e são responsáveis pelo reingresso no mercado. São os receptadores que incentivam esse mercado”, afirma o delegado.


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