Microsoft testa semana de trabalho de quatro dias e produtividade sobe 40%

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 4 de novembro de 2019 às 14:12
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:59
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Com 5 dias de expediente a menos, o gasto de eletricidade diminuiu 23,1% e 58,7% menos páginas impressas

Em agosto desse ano, a Microsoft do Japão decidiu realizar um teste com seus funcionários, diminuindo o expediente para apenas quatro dias na semana. 

A companhia anunciou os resultados do experimento e eles indicam que a produtividade aumentou em quase 40%.

O projeto “Work-Like Choice Challenge Summer 2019” permitiu que os 2.300 funcionários da sede ganhassem cinco sextas-feiras livres, sem qualquer redução no salário ou desconto nos dias de férias.

De acordo com o Nikkei xTechcom um dia a menos na semana, os funcionários tiveram que ser mais econômicos e eficientes com o seu tempo, o que explica, em parte, o aumento da produtividade. 

Além disso, muitas reuniões também foram reduzidas, eliminadas ou conduzidas remotamente, evitando que as pessoas precisassem se deslocar até o escritório.

O projeto parece ter beneficiado não apenas os funcionários, mas representou uma economia para a empresa e para o próprio meio-ambiente. 

Com cinco dias a mais que a empresa esteve vazia, o gasto de eletricidade diminuiu 23,1% e foram impressas 58,7% menos páginas.

Não é de se surpreender que a aceitação por partes dos funcionários foi quase unânime, com 92,1% afirmando que gostaram da experiência de uma semana de trabalho mais curta.

Testes como esse já foram feitos em outros países, com resultados similares ao da Microsoft do Japão, e a própria Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou um relatório em 2018 que mostra que expedientes mais curtos geralmente resultam em um aumento na produtividade.

A Microsoft Japão planeja repetir o experimento no próximo verão e, possivelmente, expandir para outras épocas do ano também. 

De acordo com o The Mainichia companhia ainda planeja subsidiar férias em família ou educação dos funcionários em até 100 mil ienes.

A expectativa é que o projeto acabe influenciando outras empresas e a cultura de trabalho do país, em geral . 

Segundo a CNBCum relatório do governo japonês de 2016 revelou que as empresas exigem que os seus funcionários trabalhem 80 horas extra por mês, sendo que muito vezes eles não recebem a mais por isso.

O país tem inclusive o termo “karoshi”, que significa “morte por excesso de trabalho”. Segundo o Conselho Nacional de Defesa para Vítimas de Karoshi, o número de mortes por esse fenômeno pode chegar a 10 mil por ano no Japão.


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