Microsoft cria aplicativo que pode realizar testes de direção sem um instrutor

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 3 de novembro de 2019 às 14:07
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:59
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O aplicativo também tira proveito dos diversos sensores inclusos até nos smartphones mais baratos

​A parte mais estressante de fazer o teste de direção para tirar a carteira de motorista não é ter que se lembrar de verificar seus pontos cegos; é o instrutor no banco do passageiro que fica te julgando silenciosamente o tempo todo. 

Em breve, essas provas serão menos estressantes na Índia, onde o Microsoft Research desenvolveu um aplicativo que pode administrar um teste de direção, monitorando o desempenho do motorista com um smartphone.

O projeto HAMS (abreviação de “Harnessing AutoMobiles for Safety”) usa um smartphone colocado no para-brisa de um veículo, posicionado de forma que sua câmera frontal possa ver e monitorar o motorista, enquanto a câmera traseira pode monitorar a estrada à frente, além de outros veículos e o trânsito. 

O aplicativo HAMS também tira proveito dos diversos sensores inclusos até nos smartphones mais baratos disponíveis atualmente, incluindo o acelerômetro que pode controlar a nuance de um motorista com os pedais de aceleração e freio, além de GPS para monitorar a velocidade do veículo durante o teste.

Em sua forma atual, o aplicativo HAMS é capaz de avaliar o desempenho de um motorista (com que segurança ele opera um veículo, verificando adequadamente espelhos e pontos cegos) com a ajuda de marcadores de rastreamento simples, configurados em um percurso de teste fechado. 

Os marcadores são reconhecidos pela câmera do smartphone e podem ser usados ​​para medir com precisão a localização do veículo e a proximidade com os obstáculos que o motorista deve evitar.

Os percursos fechados nem sempre são uma opção, no entanto, por isso os desenvolvedores do Microsoft Research estão trabalhando para superar os desafios do uso do aplicativo HAMS em condições de condução mais complexas. 

Nos Estados Unidos, os testes de estrada são realizados em condições reais e os motoristas precisam trazer seus próprios veículos.

Então o aplicativo teria que levar em conta as inúmeras variáveis ​​adicionais de ruas e estradas movimentadas que variam em tamanho, além de carros e caminhões de diferentes formas e tamanhos, que podem alterar os pontos de visão das câmeras dos smartphones. 

No Brasil, os veículos costumam ser das próprias instituições, então, apesar dos diferentes modelos, é possível pensar em formas de superar a diversidade dos modelos de carros.

Certamente, há vantagens em transferir as responsabilidades de avaliar motoristas para um sistema automatizado como um aplicativo para smartphone: ele nunca funcionará mal, tratará todos de maneira justa, sem preconceitos.

O sistema não poderá ser subornado e permitirá que os testes sejam realizados em quase qualquer lugar, mesmo em locais onde instrutores certificados não estão disponíveis.

Mas, ao mesmo tempo, outro trabalho está sendo perdido para a automação, e é importante lembrar que os examinadores não estão apenas avaliando as habilidades técnicas de um motorista. 

Se você passar o teste todo de condução furioso com as pessoas nas ruas, há poucas chances de você receber uma licença que lhe deixe trafegar livre pelas estradas depois.

Obviamente, a necessidade de um aplicativo como esse poderia ser completamente discutível em uma década, quando veículos autônomos se tornarem mais comuns.

 A melhor maneira de manter nossas estradas seguras é tirar completamente os seres humanos da equação.


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