Memória olfativa: quando um aroma desperta uma ou muitas lembranças

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 28 de fevereiro de 2020 às 21:40
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:26
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Cheiros deixam impressões que se ligam às memórias do que aconteceu quando você os sentiu antes

Você já se sentiu transportado de volta ao passado ao captar, de repente, um aroma esquecido? 

Levou seu filho para a creche pela primeira vez e imagens da sua época de escola lhe vieram à cabeça? 

Ou já sentiu um perfume em alguém na rua e foi tomado por lembranças da sua avó?

Já percebeu que certos aromas podem afetar seu humor? E que talvez seja agradável sentir o cheiro da grama cortada, mas incômodo sentir o aroma de determinado perfume?

Isso acontece porque a região do cérebro que recebe primeiro os impulsos do olfato e do paladar é uma das mais antigas e primitivas. 

Conhecida como sistema límbico, ela também cuida da memória olfativa, lidando com as respostas emocionais às lembranças.

Apenas mais tarde essa informação será transmitida para regiões mais recentes do cérebro, envolvidas no processo da inteligência, onde os cheiros e gostos serão percebidos e interpretados conscientemente.  

É por isso que cheiros fortes costumam evocar respostas fortes – ou as pessoas os adoram ou os odeiam. 

Cheiros específicos também deixam impressões duradouras. Essas se ligam diretamente à memória olfativa do que estava acontecendo quando você os sentiu pela primeira vez.

Como o sistema límbico também controla o humor, a motivação, a dor e o prazer, além de algumas secreções hormonais, os cheiros têm um efeito poderoso sobre nossos sentimentos.

“O olfato é o único sentido a ter acesso privilegiado ao nosso subconsciente”, diz o especialista em olfato, Tim Jacob, da Universidade de Cardiff.