Mais de 200 cientistas de todo o mundo criam mapa genético da depressão

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 13 de maio de 2018 às 18:33
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:44
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O estudo, publicado na Nature Genetics, conseguiu revelar 44 genes associados à doença

Qual é o
peso da hereditariedade na tendência a ter depressão? Se pais
sofrem com o mal, pode ocorrer o mesmo com seus filhos? São perguntas que
persistem na comunidade científica. Uma pesquisa publicada no final do mês de abril pode indicar algumas respostas.

Para
tanto, o consórcio de 200 cientistas, de 161 instituições ao redor do planeta,
mapeou dados de 135 mil pessoas com depressão aguda e
também de 344 mil de indivíduos completamente saudáveis nesse sentido. Assim
foram identificados 44 genes associados a estágios severos
da condição.

Com isso
já se tornou possível concluir que, em casos mais graves, a hereditariedade tem
um peso importante na ocorrência da doença. Também se conseguiu associar o
problema a outras características do DNA. Escreveram os pesquisadores em artigo
publicado na Nature Genetics, renomado periódico da área: “Achamos
relações evidentes do risco genético à depressão com níveis educacionais, peso
corporal e esquizofrenia. Todos os humanos carregam com si menores ou maiores
fatores de risco para a depressão aguda”.

Estima-se que a forma mais grave
desse mal afeta 14% da população. Sendo que tão-somente metade dos pacientes
responde bem aos tratamentos existentes. Segundo os autores do estudo, o achado
abre caminho para a criação de tratamentos mais eficientes, tanto por meio de
terapias quanto de medicamentos que possam bloquear a ação de substâncias
produzidas a partir dos genes identificados. Acrescentaram eles, no artigo: “A
chamada desordem maior depressiva é uma doença comumente acompanhada de
considerável morbidez, mortalidade, custos financeiros e alto risco de
suicídio”.


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