Intolerância ao gluten pode ser controlada com a substituição de alimentos

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  • Publicado em 4 de janeiro de 2018 às 17:56
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:30
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Portadores de doença celíaca devem evitar trigo, aveia, centeio, cevada, malte e seus derivados

Ele está presente na maioria dos alimentos como pizza, biscoitos, massas e pães, e ultimamente tem sido visto como um vilão para quem deseja emagrecer. A nova sensação do momento para conquistar um corpo mais magro e ter mais disposição é a dieta sem glúten, que “promete” eliminar os quilos extras excluindo da alimentação todo alimento que contenha glúten em sua composição. Mas essa redução de peso não se deve à restrição do glúten e sim a exclusão de diversos alimentos de seu cardápio. “Não há nada que comprove que excluir o glúten da sua alimentação auxilia a eliminar peso ou diminuir a gordura abdominal”, destaca a nutricionista Nayara Cintra.

Ela diz que o único motivo que pode levar a pessoa a excluir o glúten de sua alimentação é ser portador da doença celíaca, que é causada pela intolerância a essa proteína encontrada no trigo, aveia, cevada, centeio e seus derivados. “Ela dificulta a absorção de nutrientes dos alimentos, vitaminas, sais mineiras e até da água do organismo”, explica.

Estudos apontam que 1% da população mundial é celíaca. No Brasil, estima-se que cerca de dois milhões sofram com a doença, porém a maioria ainda não foi diagnosticada. Segundo ainda a Organização Mundial de Gastroenterologia, essa doença atinge um em cada 100 adultos e um em cada 300 pessoas no mundo. As mulheres são acometidas duas vezes mais do que os homens.

Ao ingerir alimentos que contenham glúten, essas pessoas apresentam vômito, diarreia crônica, falta de apetite, distensão abdominal, gases e cólicas abdominais, sintomas facilmente confundidos com outras doenças. Essa reação contra o glúten causa mais que o mal-estar: acaba afetando a absorção dos nutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo. “A insistência em consumir alimentos com glútem atrofia a mucosa intestinal, que perde a capacidade de absorção. Dessa forma, pode provocar desnutrição grave, osteoporose, problemas neurológicos, tudo isso pela falta de nutrientes e vitaminas A, D, E, K, ácido fólico, entre outros”, esclarece a nutricionista, que completa: “sendo assim, o único tratamento para os celíacos é uma dieta isenta de glúten por toda a vida”.

Contornando a doença

Possíveis fatores que ocasionam essa doença ainda estão em estudo. Por enquanto, sabe-se que uma das causas é genética. Isso por existe maior incidência em famílias que já apresentam esse quadro. Entretanto, ainda há controvérsias sobre o cromossomo que carrega a predisposição genética para a recusa do glúten pelo organismo. “Quando a doença celíaca é descoberta, o único remédio é a dieta. Ou seja, é necessário evitar trigo, aveia, centeio, cevada, malte e seus derivados, nos quais o glúten está presente. O ideal é observar a descrição de todos os produtos antes de consumi-los”, orienta Nayara, citando a cerveja, o whisky, vodca, gin, ovomaltine, cafés misturados com cevada, leites achocolatados que contenham malte ou extrato de malte, queijos fundidos, queijos preparados com cereais proibidos, entre outros.

De acordo com a nutricionista, farinha ou amido de milho, farinha de batata, de arroz, de mandioca, polvilho e araruta são substitutos do glúten. “Podem ser incluídos na dieta biscoitos, pães e confeitos feitos de arroz e flocos de milho, por exemplo. O amido de milho e a farinha de batata servem também para engrossar molhos e cremes”.

Pela lei nº 10.674, de 16 de maio de 2003 todos os alimentos prontos devem ter estampado no rótulo se contêm ou não glúten. Caso haja desconfiança na composição do alimento, o melhor é optar por outra marca.