Inadimplência de empresas acelera pelo quinto mês e cresce 6,76%

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 30 de março de 2018 às 23:44
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:39
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Segundo a pesquisa, o Sudeste lidera o crescimento da inadimplência entre as empresas

O volume de empresas
com contas em atraso e registradas em cadastros de inadimplentes cresceu 6,76%
em fevereiro na comparação com o mesmo período do ano passado. É a quinta vez
consecutiva que o indicador acelera na base anual de comparação. Na comparação
mensal, isto é, entre fevereiro e janeiro de 2018, o indicador cresceu 0,90%.

Os dados são do Indicador de Inadimplência da Pessoa Jurídica
apurado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação
Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). “O momento econômico vivido no biênio
2015-2016 impôs severas dificuldades para empresas e consumidores, afetando a
capacidade de honrarem todos os seus compromissos. Ainda há efeitos da crise,
mas também há sinais de retomada da economia. Para este ano, espera-se que, à
medida que os negócios se recuperem, a capacidade de pagamento das empresas que
têm essa dificuldade também melhore”, afirma o presidente da CNDL, José César
da Costa.

Região
Sudeste lidera alta da inadimplência

Segundo a pesquisa, o Sudeste lidera o crescimento da
inadimplência entre as empresas. Na comparação com o mesmo mês do ano passado,
o número de pessoas jurídicas negativadas na região cresceu 10,49%, a mais
elevada entre os locais pesquisados. Em seguida aparecem, na ordem, as regiões
Sul, que registrou avanço de 3,72% na mesma base de comparação, Centro-Oeste
(3,05%), Norte (1,96%) e Nordeste (1,90%).

Outro indicador também mensurado pela pesquisa é o de dívidas em
atraso. Neste caso, o crescimento foi de 5,22% entre fevereiro de 2018 e o
mesmo mês do ano passado. É a maior variação na base anual de comparação desde
novembro de 2016, quando o índice apresentou uma alta de 6,26%. Na comparação
mensal, o índice subiu 0,72%.

Setor de serviços lidera pendências

Entre os segmentos credores, ou seja, as empresas que deixaram
de receber de outras empresas, o destaque ficou por conta da indústria, cuja
alta foi de 9,26% na quantidade de atrasos. No setor de serviços, que engloba
bancos e financeiras, o crescimento no volume de atrasos recebidos de
fornecedores e clientes pessoa jurídica foi de 5,23%. Já no comércio, a alta
observada foi de 4,35%. Em termos de participação, 69% das pendências de
empresas são devidas ao setor de serviços, 17% empresas comerciais e 13% da
indústria.

Quitação de dívidas

O levantamento também passou a apurar os dados referentes a
quitação de dívidas por parte das empresas. Em fevereiro de 2018, o Indicador
de Recuperação de Crédito da Pessoa Jurídica apresentou queda de 1,52% no
acumulado de 12 meses. Apesar da queda da recuperação, é importante notar que
em meses anteriores, as quedas foram maiores, chegando a 8,16% em setembro de
2016.

A única região a observar aumento das recuperações de crédito
foi o Nordeste, com variação de 1,36% no acumulado de 12 meses. A queda mais
acentuada foi observada no Sul (-6,69%), seguido do Centro Oeste (-3,07%),
Norte (-2,02%) e Sudeste (-1,30%).

A análise da recuperação de crédito por setor devedor revela
que, do total de empresas que saíram do cadastro de devedores mediante
pagamento, a maior parte (46%) atua no setor de comércio. Além dessas empresas,
40% atuam no setor de serviços e 10% atuam na indústria.


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