IGP-M desacelera alta de 1,87% em junho para 0,51% no mês de julho

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 30 de julho de 2018 às 17:05
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:54
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Índice é utilizado como referência para correção de valores de contratos como os de aluguéis de imóveis

O índice Geral de Preços-Mercado
(IGP-M), que é utilizado como referência para a correção de valores de
contratos, como os de aluguel de imóveis, desacelerou a alta em julho diante de
uma redução em praticamente todos os índices que contribuem para a formação do
indicador, com destaque para queda nos preços de alimentos e insumos.

O indicador subiu 0,51% em julho,
sobre avanço de 1,87% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV)
nesta segunda-feira, 30 de julho. Na segunda prévia de julho, o indicador havia
registrado alta de 0,53%. Assim, o indicador saltou de 6,92% em 12 meses até
junho para 8,24%. No ano, o acumulado registra elevação de 5,92%.

No mês, o resultado veio acima da
mediana das estimativas do Projeções Broadcast, de 0,49%, mas dentro do
intervalo de 0,29% a 0,58%

O Índice de Preços ao Produtor Amplo
(IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no
atacado, apresentou variação positiva de 0,50%, contra 2,33% no mês anterior.

O destaque ficou para os Produtos
Agropecuários, cujos preços recuaram 1,83%, depois de terem subido 3,03% em
junho.

A FGV informou ainda que o Índice de
Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, desacelerou a
alta a 0,44%, contra 1,09% antes, com recuo em sete das oito classes de despesa
que compõem o índice.

A principal contribuição para o
movimento veio do grupo de alimentação, que registrou queda de 0,19%, ante
avanço de 1,55% no mês anterior.

O Índice Nacional de Custo da
Construção (INCC) avançou 0,72% em julho, depois de subir 0,76% antes.

Confiança
de Serviços

O Índice de Confiança de Serviços
(ICS) subiu 0,8 ponto na passagem de junho para julho, para 87,5 pontos, na
série com ajuste sazonal, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado
interrompe uma sequência de quatro quedas consecutivas. “A reação da
confiança do setor de serviços em julho não foi suficiente para compensar a
perda verificada em junho. Se na leitura das empresas sobre a situação corrente
houve uma recuperação, a percepção sobre os próximos meses manteve a trajetória
negativa. Assim, o início do segundo semestre mostra que as empresas vislumbram
um cenário de recuperação ainda muito tímida, o que deve estar relacionado à
frustração com o fraco desempenho corrente e à elevada incerteza associada ao
processo eleitoral”, avaliou Silvio Sales, consultor do Instituto
Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

Houve melhora em nove das 13
principais atividades pesquisadas. O Índice da Situação Atual (ISA-S) avançou
1,6 ponto, devolvendo a queda de junho, para 86,7 pontos. Já o Índice de
Expectativas (IE-S) teve ligeira queda de 0,1 ponto, para 88,6 pontos, o
patamar mais baixo desde dezembro de 2016.

Incerteza

O Indicador de Incerteza da Economia
Brasileira (IIE-Br) recuou 8,3 pontos na passagem de junho para julho, a 116,8
pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Apesar da queda, o Indicador
manteve-se na região de incerteza elevada (acima de 110 pontos) pelo quinto mês
consecutivo. “Após o choque de junho, a incerteza voltou a cair mas
continua acima dos 110 pontos. Os pontos de resistência para uma maior queda da
incerteza são as eleições presidenciais e o cenário externo. Por aqui, apesar
de a proximidade das eleições deixar mais claro quem são os candidatos, ainda
há muita dúvida sobre o compromisso e a capacidade de o presidente eleito
conduzir um ajuste fiscal que coloque o País nos trilhos. No front externo, é
esperar um comportamento mais previsível do presidente (Donald) Trump e o fim
da guerra comercial, que poderá provocar enormes estragos na economia
mundial”, avaliou o economista Pedro Costa Ferreira, do Instituto
Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

O IIE-Br passou a integrar o
calendário de divulgações de indicadores econômicos do Ibre/FGV no fim de 2016.
O índice mensal é composto por três componentes: o IIE-Br Mídia, que faz o
mapeamento nos principais jornais da frequência de notícias com menção à
incerteza; o IIE-Br Expectativa, que é construído a partir das dispersões das
previsões para a taxa de câmbio e para o IPCA; e o IIE-Br Mercado, baseado na
volatilidade do mercado financeiro.

Em julho, o recuo do IIE-Br foi
disseminado entre seus três componentes, com destaque para a componente de
Mídia. O componente de Mercado recuou 3,7 pontos, contribuindo com -0,4 ponto
para o comportamento do índice geral no mês, e o IIE-Br Expectativa recuou 1,3
ponto, exercendo uma influência de -0,3 ponto no índice agregado. Já o IIE-Br
mídia encolheu 8,7 pontos em relação a junho, colaborando com -7,6 pontos para
o desempenho negativo do indicador.


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