Gasto com testes de Covid, novo formato e preparação para NBB

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 1 de outubro de 2020 às 09:37
  • Modificado em 29 de outubro de 2020 às 23:49
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Estadual seguirá protocolo de saúde, como jogos sem público, e terá duração menor

A bola sobe para Bauru e Franca nesta quinta-feira no início do Campeonato Paulista de Basquete Masculino. Por causa da pandemia do novo coronavírus, o torneio terá um formato diferente em relação aos anos anteriores e seguirá um protocolo elaborado pelas principais federações de esportes coletivos de São Paulo e aprovado pelo Comitê de Contingência da covid-19. 

As equipes estão seguindo estas determinações, que vão do trajeto de casa para o clube, passando pelo material utilizado no treinos e jogos, desde o retorno das atividades, há mais ou menos um mês. Os jogadores e os membros da comissão técnica, além de outros profissionais que trabalhem nas equipes, foram submetidos aos testes da covid-19, que são repetidos periodicamente.

Aliás, este é um capítulo à parte do protocolo. A Federação Paulista de Basquete não deu qualquer subsídio para que os testes fossem realizados pelos clubes filiados. Muitos times estão pagando do próprio bolso. O custo é de R$ 160 por exame em média. A única obrigação exibida pela FPB é testar em caso de sintomas e informar sobre os casos positivos, afastando o infectado.

O Corinthians, por exemplo, investiu R$ 7 mil para testar duas vezes um total de 22 pessoas envolvidas com o time que inicia o Paulista neste sábado. E clube ainda tem profissionais trabalhando em home office, o que minimizou os custos. Algumas equipes, como Osasco, rival corintiano na estreia, conseguiu fechar uma parceria com um laboratório da capital para testagem periódica e, por isso, fez três baterias de testes antes do início do campeonato e promete repeti-los sempre antes dos jogos. O São Paulo também fez os exames em uma parceria com o Hospital São Paulo.

“Os cuidados são grandes, principalmente fora de quadra, em casa, na rua e, quando entramos em quadra, nem lembramos da pandemia, de muitas outras coisas, e focamos no jogo para fazer o resultado”, afirmou o ala Gustavo Scaglia, de Osasco.

As partidas serão sem público nos ginásios, com todos os jogos com transmissão ao vivo por streaming. Para diminuir o risco de contaminação nas viagens, a tabela foi elaborada para os deslocamentos serem menores. Em um grupo estão os times do interior (Bauru, Franca, Unifae de São João da Boa Vista e Liga Sorocabana) e Mogi das Cruzes, que fica na região metropolitana. No outro os da capital (Corinthians, Pinheiros, São Paulo e Paulistano), Osasco, também na região metropolitana, além de São José, distante 98 quilômetros da cidade de São Paulo.

Na primeira fase, que termina no dia 25 de outubro, os times se enfrentam apenas uma vez dentro do grupo. Os quatro primeiros colocados de cada lado avançam para as quartas de final, que será disputada em dois quadrangulares em turno único. Os dois primeiros de cada chave se classificam para disputar semifinal e final. A competição se encerra antes do início do NBB, previsto para 14 de novembro.

“Será o primeiro torneio depois da paralisação por causa da pandemia e estamos tomando todos os cuidados. Seguimos o protocolo das autoridades e também do médico do clube, o doutor Anderson Nascimento. O grupo todo testou negativo. Estamos ansiosos pelo retorno dos jogos, mesmo sem público”, afirmou Lula Ferreira, supervisor de Franca.

Bauru, rival de Franca na abertura do Paulista, também não apresentou nenhum teste positivo. Apenas o técnico Léo Figueiró apresentou reagente no exame porque teve covid-19 em março. “Estamos cumprindo os protocolos, temos de fazer de tudo para evitar o contágio, não podemos colocar em risco a vida das pessoas”, disse o treinador. “Estou ansioso para voltar, fazer o que mais amo”, completou.

A equipe de Léo Figueiró, que assumiu Bauru após deixar o Botafogo, está entre os favoritos pelo alto investimento. O São Paulo é outro time que chega forte para brigar pelo título. Paulistano e Franca correm por fora, assim como Mogi das Cruzes.

O Corinthians vai disputar o Estadual com uma equipe jovem, com média de idade de 19,4 anos, reforçada por Lucas Cauê, Lucas Siewert e Vezarinho, e será treinada por Vitor Galvani. Contratado para o NBB, o técnico Demétrius Ferracciú só vai iniciar o trabalho na segunda semana de outubro. O Pinheiros também terá uma equipe com muitos garotos e comandada pelo estreante David Pelosini.

“É um campeonato de tiro mais curto do que o normal, mas é sempre importante disputar o Paulista. Será muito equilibrado. Sabemos da sua realidade (menor investimento do que nos anos anteriores), mas o time está pronto para buscar uma superação sem abrir mão de objetivos grandes”, afirmou Helinho, técnico de Franca.

“O Paulista será muito bom para os times que estão em formação, como o nosso. Vamos usar os jogos para agregar valores para os mais jovens e para aqueles que estão chegando agora”, disse Guerrinha, técnico de Mogi das Cruzes. “Lá na frente o nível de competitividade vai aumentar e vamos estar preparados.”

Para Léo Figueiró, o Paulista será equilibrado pelo fato das equipes estarem muito tempo paradas. “Vai ser um campeonato que terá mais transpiração do que inspiração. A condição física e técnica ainda não será ideal. Vamos buscar sempre o melhor posicionamento possível nas competições, começando agora pelo Paulista”, avisou.

Azarão na disputa, Osasco quer fazer frente para os rivais que vão usar o Paulista para se preparar para o NBB. A equipe mostrou do que é capaz ao conquistar o título da Copa São Paulo, no último domingo. “A pandemia veio para testar o nosso condicionamento e eu procurei durante esse tempo manter a cabeça e o corpo sãos. Treinei e cheguei com vontade para incentivar a galera. O time tá no caminho certo e no que depender de mim vamos chegar aos playoffs”, afirmou o ala Edu Mariano.


+ Esportes