Frida Kahlo e seus perfumes

  • Aromas em Palavras
  • Publicado em 10 de outubro de 2018 às 11:35
  • Modificado em 8 de abril de 2021 às 14:11
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​Dentre tantos nomes de mulheres que se destacaram nos últimos anos, uma delas que pode ter a sua história até desconhecida por muitos, mas que ao menos ao ver uma imagem ou foto com certeza a reconheça: Frida Kahlo. A mexicana que tem como marca registrada suas sobrancelhas unidas era pintora e uma mulher marcante com fortes convicções políticas. Ela é vista hoje, como a feminista mais importante da história, e uma referência quando o assunto é estilo.

Pois em 2004, foi finalmente aberto o quarto da Casa Azul, onde viveu e morreu no distrito de Coyoacán, próximo à cidade do México. Foram descobertos quase 50 anos de história: 6 mil fotografias, 12 mil documentos e 300 objetos pessoais. Uma riqueza de história que permitiu conhecer muito mais profundamente sobre a sua vida, do que já sabia até hoje. Parte desses objetos voou até Londres, diretamente para o Victoria & Albert Museum, para integrar a exposição “Frida Kahlo: Making Her Self Up”.

Entre tantos achados, o que mais se destacou em itens pessoais foram perfumes e produtos de beleza. Perfumes que podem ser encontrados para venda até hoje, interessante detalhe, pois apesar de irreverente ela preferia os clássicos que não saem de moda. Havia também uma coleção de maquiagens como: batons vermelhos, sombras, lápis para as sobrancelhas entre outros. Uma prova de que a imagem carismática de Frida era estudada e cuidada a cada milímetro.

Foram encontradas 3 fragrâncias em seu quarto. A primeira delas, a primeira criação da Chanel, e o perfume preferido de Marilyn Monroe. Talvez até o perfume mais famoso do mundo: Chanel N°5. O qual já contei sobre sua história por aqui, e que recentemente virou livro.

A segunda foi a água de colônia Jean-Marie Farina da Roger & Gallet, criada em 1806 por Jean Marie Farina, a primeira água de colônia da história. Em 1695, Gian Paolo Feminis criou a Aqua Mirabilis, precursora da Eau de Cologne, nome que Jean Marie deu para para a água com propriedades terapêuticas patenteada na Faculdade de Medicina de Cologne, na Alemanha em 1727. Ela se tornou Eau de Cologne em homenagem à sua cidade natal, em 1806 quando se mudou para Paris, ele abriu sua boutique e criou a primeira Água de colônia da história. Com o costume de assinar todas as suas embalagens para evitar cópias, Farina criou uma ampla gama de produtos de cuidados pessoais e se tornou o perfumista mais famoso da corte europeia. Em 1862, Armand Roger e Charles Gallet criaram a Parfumarie Roger & Gallet e compraram o precioso catálogo da casa “Jean Marie Farina’ que já era internacionalmente conhecido. E assim é a marca que produz esse produto tão importante para a história da perfumaria.

A terceira era Shalimar da Guerlain, um perfume criado em 1921 inspirado na história de amor de quatro séculos atrás entre a princesa Mumtaz Mahal e o imperador Shah Jahan, que ordenou a criação dos jardins mais luxuosos de Shalimar, na Índia, como cenário para o seu amor. Mais tarde, ergueu o Taj Mahal, uma das 7 maravilhas do mundo. E toda essa história inspirou Jacques Guerlain a criar um perfume primorosamente sedutor, sendo a primeira fragrância oriental do mundo. Thierry Wasser, o perfume da casa, anos depois criou uma nova interpretação para esse perfume lendário.

Viu como um perfume pode dizer bem mais sobre uma pessoa do que imaginamos?

*Esta coluna é semanal e atualizada às quintas-feiras.


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