Fóssil revela tartaruga que viveu entre dinossauros no interior de São Paulo

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  • Publicado em 14 de fevereiro de 2020 às 15:19
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:22
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Paleontólogos utilizaram tecnologias como a tomografia computadorizada e a impressão em 3D para reconstrução

Uma tartaruguinha de 15 centímetros de comprimento viveu entre ferozes crocodilos e dinossauros gigantes há 85 milhões de anos, no interior de São Paulo. 

O pequeno réptil acaba de ser revelado pelo estudo de um pedaço de crânio fossilizado com cerca de 2 centímetros, encontrado em 2014 em Ibirá, na região de São José do Rio Preto.

Paleontólogos brasileiros, com apoio de uma colega suíça, utilizaram tecnologias como a tomografia computadorizada e a impressão em 3D para reconstruir as estruturas da anatomia do réptil e chegar à definição de que se trata de uma nova espécie.

O estudo, que lança luzes sobre o Período Cretáceo no Brasil, foi publicado anteontem na revista Papers and Palaeontology, da Associação Internacional de Paleontólogos.

A espécie foi batizada de Amabilis uchoensis, como conta o paleontólogo Fabiano Iori, que encontrou o fóssil. 

“Era uma tartaruga pequena que tinha de dar seus pulos para sobreviver nos rios cretáceos entre crocodilos e dinossauros. O termo ‘amabilis’, que significa adorável em latim, é uma referência ao pequeno tamanho do animal. Já ‘uchoensis’ é uma homenagem ao município de Uchoa (região de Rio Preto) por sua relevância na paleontologia regional.”

O estudo do pequeno fóssil foi desenvolvido pelos pesquisadores Guilherme Hermanson, Gabriel Ferreira e Max Langer, da Universidade de São Paulo (USP), no câmpus de Ribeirão Preto; Serjoscha Evers, da Universidade de Friburgo, na Suíça; além de Iori, responsável pelo Museu de Paleontologia de Uchoa. Especialista em fósseis de testudíneos (répteis com carapaça), Ferreira explica que tartarugas, cágados e jabutis usam como recurso de proteção o hábito de esconder cabeça e pescoço sob o casco.

Uma estimativa feita pela pesquisadora Bruna Farina no laboratório da USP chegou a um casco com 12 centímetros de comprimento, mais 3 de cabeça, similar a algumas espécies atuais. 

O estudo preenche uma lacuna na literatura em relação à anatomia dos pleuródiros. “Nosso trabalho também é importante para inspirar novos estudos”, disse Hermanson. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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