Feijão e itens de hortifrúti apresentam queda de preços nos supermercados

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  • Publicado em 10 de junho de 2019 às 21:50
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:36
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Apesar da queda de 0,61% e do alívio no valor de produtos da cesta em maio, a inflação está em alta de 3,04%

O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), registrou deflação em maio, com queda de 0,61%. O resultado contribuiu para desacelerar o acumulado do ano, que está em alta de 3,04%.

Já no acumulado dos últimos 12 meses, o IPS registrou um aumento de 7,82%, ainda refletindo os efeitos da quebra de safra do feijão, em 2018, que registrou em uma alta de mais de 100% no preço nas gôndolas, e do dólar que permaneceu em patamares acima de R$ 4,00 por um longo período.

“Vivemos a expectativa da votação da reforma da previdência e que ela seja aprovada sem alterações significativas em seu texto original. Considerando esse cenário, esperamos um segundo semestre com a economia destravada, o dólar em queda e os preços mais estáveis nos supermercados”, analisou o economista da APAS, Thiago Berka.

Índice de Preços dos Supermercados (IPS/APAS)

Fonte: APAS/FIPE

Em maio, das 27 categorias acompanhadas, apenas oito apresentaram inflação e 19 mostraram queda de preços. Este cenário é muito melhor do que o observado no mês anterior, quando foram registrados aumentos em 17 categorias.

Fonte: APAS/FIPE

Destaques de Maio

Feijão: colheita produtiva no campo fará preços voltarem ao normal

As safras dos meses de abril e maio no Brasil foram muito proveitosas e resultaram no aumento da oferta no mercado interno. O preço do quilo do feijão, que disparou no primeiro trimestre de 2019 e atingiu patamares entre R$ 10 e R$ 12, agora começa a atingir os patamares anteriores à quebra de safra no Paraná e é comercializado a R$6 o quilo em algumas regiões do Brasil.

“A saca, que chegou a algo entre R$ 300 e R$ 400, já caiu para cerca de R$ 150. O bom resultado apresentado no Paraná, que obteve 8% a mais de área plantada e ótimo desempenho no campo obtido pelos produtores, deve manter quedas do preço do feijão para os próximos meses”, avaliou Berka.

Carnes: aves e bovinos continuam em escalada de alta

Com o dólar ainda em alta, as exportações seguem influenciando os preços das carnes no geral. O grupo de aves registrou alta de 2,60% em maio e, no ano, elevação de 5,74%, principalmente impulsionado pelo preço do frango, que subiu 3% em 2019. Já a carne suína apresentou queda de 1,38%, mostrando que o aquecimento do mercado chinês apresentado em abril não se repetiu em maio.

As carnes bovinas tiveram alta de 1,10% em maio e chegaram a alta de 1,58% no ano. Porém, este cenário de inflação pode mudar em junho e julho, fazendo os preços voltarem a cair. “Uma vaca foi encontrada a ‘doença da vaca louca’ no Mato Grosso e o Ministério da Agricultura suspendeu temporariamente a exportação do produto para a China por questão protocolar do acordo entre os dois países. Dependendo do tempo desta suspensão, os preços podem aliviar nos próximos meses nos supermercados”, explicou o economista da APAS.

Hortifrutigranjeiros: frutas, tomate e cebola deflacionam os preços

Entre as frutas com maior peso, a laranja caiu 6% em maio. A safra deste ano começou boa, com uma colheita 36% maior que a de 2018, e isso indica que seu o valor deve cair ainda mais ao longo do ano. A maçã é outra fruta que, pelo mesmo motivo, teve redução no preço e caiu 7,3%.

Em relação ao tomate, a colheita da safra de inverno foi intensificada em maio, o que gerou a queda de preços pela oferta maior do produto. A deflação do tomate foi de 22,1% em maio, a maior para um mês desde 2010. A tendência é que o produto siga em queda, mas em patamares bem menores.

Outro produto muito consumido pelo brasileiro que também apresenta queda no preço é a cebola. A hortaliça entrou em processo de safra, o que fez as importações da Argentina diminuírem e, consequentemente, o valor do produto caiu 5,56% nas gôndolas dos supermercados.

Informações adicionais

Os 10 produtos que apresentaram as maiores variações negativas

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Nota Metodológica

O Índice de Preços dos Supermercados tem como objetivo acompanhar as variações relativas de preços praticados no setor supermercadista ao longo do tempo. O Índice de Preços dos Supermercados é composto por 225 itens pesquisados mensalmente em 6 categorias: i) Semielaborados (Carnes Bovinas, Carnes Suínas, Aves, Pescados, Leite, Cereais); ii) Industrializados (Derivados do Leite, Derivados da Carne, Panificados, Café, Achocolatado em Pó e Chás, Adoçantes, Doces, Biscoitos e Salgadinhos, Óleos, Massas, Farinha e Féculas, Condimentos e Sopa, Enlatados e Conservas, Alimentos prontos,); iii) Produto In Natura (Frutas, Legumes, Tubérculos, Ovos, Verduras); iv) Bebidas (Bebidas Alcoólicas, Bebidas Não Alcoólicas); v) Artigos de Limpeza; vi) Artigos de Higiene e Beleza. Assim, o IPS se apresenta como instrumento útil aos empresários do setor na tomada de decisões com relação a preços e custos dos mais diversos produtos. No que diz respeito à indústria, de maneira análoga, possibilita a tomada de decisão com relação a preços e custos dos produtos destinados aos supermercados. Ao mercado e aos consumidores é útil para a análise da variação de preços ao longo do tempo possibilitando o acompanhamento da evolução dos custos ao consumidor do setor supermercadista.


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