Consumo excessivo de fast food dificulta gravidez para mulheres

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 5 de maio de 2018 às 15:55
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:43
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Estudo recém-publicado afirma que dieta nutritiva aumenta capacidade reprodutiva da mulher

Mulheres que comem fast food
com regularidade e deixam de lado o consumo de frutas têm maior probabilidade
de desenvolver dificuldades para engravidar, segundo um estudo recém-publicado
no periódico “Human Reproduction”.

A conclusão é de que uma dieta nutritiva aumenta a
capacidade reprodutiva.

Uma pesquisa com 5.598 mulheres identificou que as que
se alimentam de fast food quatro ou mais vezes por semana tendiam a demorar
quase um mês a mais para engravidar do que as que comiam raramente ou nunca.

É importante ressaltar, porém, que o estudo tem
limitações: foi baseado na lembrança do que as mulheres entrevistadas (de
Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido e Irlanda) comeram no mês anterior ao
início de suas gestações dos primeiros filhos.

Parteiras visitaram as entrevistadas entre a 14ª e a 16ª
semanas de gravidez e perguntaram a elas a frequência com que comiam frutas,
vegetais verdes e peixe – e também hambúrgueres, pizzas, frangos e batatas
fritas e outras refeições de lanchonetes fast food.

Os pesquisadores descobriram que as mulheres que haviam
comido fruta menos do que uma a três vezes em um mês levava, em média, um mês
adicional para engravidar do que as que tinham o hábito de ingerir frutas três
ou mais vezes por dia.

Avaliando as chances de as mulheres não engravidarem no
período de um ano, os pesquisadores identificaram que, na média geral, essa
possibilidade era de 8% entre as entrevistadas. Mas essa porcentagem subia para
12% entre as mulheres que comiam poucas frutas e 16% das que consumiam fast
food excessivamente (quatro ou mais vezes por semana). “Os resultados
mostram que uma dieta de qualidade, com muitas frutas e mínimo consumo de fast
food, melhora a fertilidade e reduz o tempo de se engravidar”, afirmou
Claire Roberts, líder do estudo e professora da Universidade de Adelaide, na
Austrália. 

Peixes e vegetais

Ao mesmo tempo, causou surpresa nos pesquisadores o fato de
eles não encontrarem vínculos entre o tempo de engravidar e a ingestão de
folhas verdes e peixe.

Só foram identificados, portanto, os efeitos “protetores” das
frutas: “Frutas e vegetais contêm uma variedade de antioxidantes e
fitoquímicos que podem beneficiar a fertilidade”, diz a pesquisa.
“Como apenas questionamos [as entrevistadas] a respeito de folhas verdes,
e não de outros tipos de vegetais, não capturamos o consumo total de vegetais,
potencialmente limitando [nosso conhecimento sobre] o impacto que eles podem
ter na fertilidade.”

É possível, também, que outros fatores externos tenham afetado os
resultados da pesquisa. Mas os estudiosos afirmam que há amplas evidências de
que a dieta da mulher afeta suas chances de ficar grávida. “Em geral, o
estudo sustenta algo que muitos profissionais da saúde já dizem de modo
intuitivo: refeições saudáveis são benéficas para casais que estejam tentando
ter filhos”, afirmou o médico Gino Percoraro, da Universidade de
Queensland, não envolvido na pesquisa.

Para não interferir com os resultados, casais foram excluídos da
pesquisa caso o homem estivesse sob tratamento por infertilidade.


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