Ex e amigos: Dilema sobre manter a amizade após o término é muito comum

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  • Publicado em 4 de janeiro de 2018 às 17:26
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:30
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Psicóloga diz que relacionamento pós-separação depende de vários fatores: maturidade e capacidade de diálogo

Nem todas as histórias de amor terminam em “felizes para sempre”. Quando algo dá errado, a separação é a opção da maioria dos casais. É uma hora difícil, que envolve várias decisões, inclusive se a amizade será mantida ou não.

A vendedora Elisabeth Cunha Batista, 24 anos, não teve dúvidas. Ela namorou por três anos o auxiliar de almoxarifado Silvio da Silva, 25 anos, com quem diz ter tido um ótimo relacionamento. “Dá para ser amiga. Se não for é porque você é uma pessoa rancorosa ou porque a pessoa pisou muito na bola com você. No nosso caso não tinha porque não ficarmos amigos”, diz.

Mas o tempo para elaboração dos sentimentos depende de cada história. “Ambos precisam de um espaço para a reaproximação, agora de amizade. Não existe um período exato, mas podemos pensar em seis a 10 meses, em média, quando as coisas já estão sendo vistas pelo ex-casal de maneira menos emocional”, aponta a psicóloga Ana Rita de Cássia Pereira.

No caso de Elisabeth e Silvio, foi menos tempo, uns quatro meses. Mas o histórico deles contribuiu para isso, afinal eles se conheceram ainda na escola e ficaram amigos de imediatos. A afinidade e proximidade acabaram culminando no namoro. “Terminamos porque percebemos que apesar de nos amarmos, éramos mais amigos que namorados. Nossos objetivos mudaram e com eles, o desejo de termos uma vida em comum, enquanto casal”, explica a vendedora.

Quando o fim é muito difícil, para os dois ou para um dos parceiros, a possibilidade de uma reaproximação é mais complicada. “Mesmo assim, vale a pena buscar uma maneira madura de lidar com isso e se adequar aos novos papéis. Até para uma vivência traumática não atrapalhar novos relacionamentos”, acredita Ana Rita.

Mas ela admite que o relacionamento pós-separação depende de vários fatores: maturidade, capacidade de diálogo e desejo de investir na continuidade. Nem sempre acaba em amizade. “É claro que depende muito do que motivou a separação, se foi uma traição pode trazer um prejuízo maior, principalmente para o parceiro traído”, diz a psicóloga.

De jeito nenhum

Esquecer o passado e construir uma nova relação não é tarefa fácil. Para alguns parece impossível. É o caso da balconista Rita de Cássia Martins, 34 anos, que terminou um casamento há um ano e não quer nenhum tipo de contato com o ex. “Senti falta no começo, mas eu prefiro me afastar, não encontrar, não ver, do que ficar alimentando uma ilusão”, conta ela, que não acredita em amizade verdadeira depois do casamento. “Se você fica amiga do ex ou é porque você tem interesse nele ainda ou ele tem interesse em você”, defende.

A psicóloga acredita que é preciso impor limites para o novo relacionamento. “Esta relação que já foi muito íntima precisará encontrar uma nova fronteira para existir. Portanto, o primordial é buscar o equilíbrio”, enfatiza.

E você, acredita ser possível ter amizade com quem já foi mais do que isso?