EUA aprovam exame de sangue que detecta lesão cerebral microscópica

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 15 de fevereiro de 2018 às 12:30
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:34
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Novo teste detecta concussão em até quatro horas e vai diminuir necessidade de tomografia

Os Estados Unidos autorizaram a venda de
exames de sangue capaz de detectar com rapidez quando um paciente está com
concussão, lesão cerebral microscópica que ocorre geralmente após traumas na
cabeça.

A nova opção vai reduzir a necessidade de tomografias, exames mais
caros que emitem quantidade significativa de radiação, afirma o FDA, órgão
americano similar à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária),

Normalmente, quando um paciente bate a cabeça em um acidente, ele é
submetido a um teste neurológico, seguido da tomografia. O exame é pedido para
ver se há lesões no tecido cerebral.

A vantagem do novo teste de sangue é que, se não forem detectadas
lesões, a tomografia seria desnecessária. Isso seria uma vantagem em
instituições que não possuem o aparelho, que é mais caro e demanda
infraestrutura para ser utilizado.

A aprovação do teste faz parte de um pacote
de iniciativas do FDA que visam reduzir à exposição de radiação de pacientes em
exames de imagem.

Segundo a agência, os Estados Unidos tiveram 2.8 milhões de
hospitalizações por lesões cerebrais em 2013. No mesmo período, os traumas
contribuíram para a morte de aproximadamente 50 mil pessoas.

O “Brain Trauma Indicator”
(Indicador de Trauma Cerebral) avalia a ocorrência de uma concussão pela
medição de níveis de proteína conhecidas como UCH-L1.

Essas proteínas são liberadas na corrente sanguínea quando há uma lesão
cerebral — e o teste possui marcadores para procurar justamente essas
estruturas.

Segundo o FDA, é possível detectá-las em até 12 horas da lesão.

Para a aprovação do exame, a agência americana avaliou estudo
multicêntrico com 1947 pacientes que apresentavam suspeita de concussão. Os
resultados do exame são liberados em 4 horas.

O teste
foi capaz de detectar o problema em 97,6% dos pacientes. O exame foi produzido e
desenvolvido pela Banyan Biomarkers, empresa americana fundada em 2002 por
pesquisadores da Universidade da Flórida.

O custo
do teste não foi divulgado.


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