Estudo tenta compreender melhor a reincidência do câncer de mama

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 17 de março de 2019 às 18:54
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:27
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Mulheres que superaram o problema podem sofrer uma reincidência at´20 anos depois do 1º diagnóstico

As mulheres que superaram um câncer de
mama podem sofrer uma reincidência, às vezes até 20 anos depois do primeiro
diagnóstico, mas um estudo publicado nesta semana tenta ajudar a identificar as
que correm maiores riscos.

Alguns fatores de risco de reincidência conhecidos
são a idade da paciente, o tamanho e a natureza do tumor e a presença de
células cancerosas nos gânglios linfáticos.

Mas a taxa e as razões da reincidência seguem sendo
“pouco compreendidas”, indica o estudo publicado na revista Nature.

Para tentar compreender melhor a questão, os
pesquisadores analisaram os dados de 3.000 pacientes britânicas e canadenses
que receberam o diagnóstico de câncer de mama entre 1977 e 2005.

Todos estes dados foram utilizados para desenvolver
um modelo informático que identificou quatro subgrupos com “um risco
particularmente alto de reincidência tardia” do câncer, segundo a autora
principal da pesquisa, Christina Curtis, da Universidade de Stanford (Estados
Unidos).

Segundo o estudo, cerca de um quarto das mulheres
afetadas pela forma mais comum de câncer de mama tinham entre 42% e 55% de
risco de reincidência durante os 20 anos seguintes. “Até agora, não houve
uma boa maneira de identificar este subgrupo de mulheres que poderiam se
beneficiar da detecção ou dos tratamentos”, segundo Christina Curtis.

O estudo aborda também novas pistas para
tratamentos adicionais do câncer de mama, identificando alterações genéticas em
cada um dos quatro subgrupos de risco.

Estas alterações estão ligadas ao processo de
formação dos tumores. “Muitas destas alterações podem potencialmente ser
abordadas terapeuticamente, o que abre a porta para novos possíveis
tratamentos, embora isto ainda necessite ser verificado no âmbito de ensaios
clínicos”, indicou Christina Curtis à AFP.

O estudo identificou também pacientes para as que
uma reincidência depois de cinco anos era improvável. “Isto poderia ajudar
a melhorar o acompanhamento e a classificação das pacientes, por exemplo
determinando as que poderiam se beneficiar de tratamentos mais longos ou
diferentes”, segundo Curtis.


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