Estudo mostra que pílula especial pode substituir injeção de insulina

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 26 de junho de 2018 às 00:55
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:49
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Composto é envolvido em material que resiste a obstáculos da absorção pelo estômago

Quem
tem diabetes tipo 1 precisa administrar insulina todos os dias para diminuir os
níveis de glicose no sangue. Esse controle, contudo, deve ser feito via injeção
ou por meio da chamada bomba de insulina (aparelho que envia pequenas
quantidades do composto por 24 horas).

E por que não dá para
simplesmente tomar a insulina? Cientistas explicam que o composto não se dá bem
com a composição ácida do estômago e acaba por não ser absorvido pelo
organismo.

Para superar esse desafio, pesquisadores da Universidade
de Harvard, nos Estados Unidos, conseguiram envolver a insulina em uma cápsula
resistente ao ácido estomacal. O feito foi publicado na última segunda-feira,
25 de junho, no “Proceedings of the National Academy of Sciences”.

Os pesquisadores da Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas
(SEAS) John A. Paulson, de Harvard, explicam que a formulação é biocompatível,
fácil de fabricar e pode ser armazenada por até dois meses em temperatura
ambiente sem degradação.

Cientistas
acreditam que o novo medicamento deve melhorar o controle da glicemia e a
qualidade de vida de pacientes com diabetes tipo 1. “O controle glicêmico
inadequado pode levar a complicações graves de saúde”, continua Samir
Mitragotri (Harvard).

Mitragotri comparou a nova
pílula a um canivete suíço. “Uma vez ingerida, a insulina precisa passar
por uma difícil pista de obstáculos antes que possa ser efetivamente absorvida
pela corrente sanguínea”, disse Mitragotri.

Obstáculos superados pela pílula

1-Superação do “colapso da pílula”
pela ácido gástrico;

2-Polímero resistente ao ácido se
dissolve no intestino delgado;

3-Ácido que envolve a insulina resiste
à camada de muco que reveste o intestino;

4-A pílula também resiste às camadas
estreitas da fase final do intestino;

5-Todo o material que reveste a
insulina é dissolvido e o composto é liberado.

Cientistas acreditam que é possível produzir a pílula em escala industrial a custos relativamente baixos. Eles também apostam que o composto tem o potencial para substituir a injeção em alguns anos.


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