Estado de S. Paulo projeta 220 mil casos e pede R$ 500 mi ao Banco Mundial

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 5 de abril de 2020 às 13:06
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:34
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Verba será usada para instalação de pelo menos 500 novos leitos de UTI e compra de testes de diagnóstico

​​O governo do Estado de São Paulo projeta 220 mil casos do novo coronavírus e prepara pedido de empréstimo de US$ 100 milhões (mais de R$ 500 milhões) ao Banco Mundial para ações de combate à doença, conforme documentos obtidos pelo jornal Estado.

O eixo principal do projeto é a instalação e custeio de pelo menos 500 novos leitos de UTI. 

A ideia é usar o recurso também para compra de testes de diagnóstico, além de desenvolvimento de tecnologia de telemedicina e de aplicativos para dispositivos móveis.

A Secretaria de Saúde estadual estima que ao menos R$ 1,2 bilhão extra será preciso para enfrentar a doença.

Isso torna o financiamento do Banco Mundial “muito significativo”, afirma o coordenador de Serviços da Saúde de São Paulo, Ricardo Tardelli. 

O governo de João Doria (PSDB) espera ter o recurso em mãos em cerca de dois meses.

São Paulo é o epicentro do novo coronavírus no Brasil. Segundo balanço deste sábado, 4, o Estado tem 4.466 casos e 260 óbitos.

A região ainda acumula 48% das hospitalizações por síndrome aguda respiratória grave (SARG) do País neste ano. 

O dado indica grande número de casos da covid-19 ainda não identificados, pois há uma explosão de “gripe grave” no Brasil a partir da metade de março sobre o mesmo período do ano passado.

No projeto, o governo estadual projeta que 40 mil pacientes teriam de usar leitos de internação durante a pandemia. Já outros 11 mil teriam quadros mais graves, exigindo UTI.

“Quando escrevemos o projeto, há 10 dias, a projeção de que tínhamos era algo nessa ordem (220 mil casos). Vamos precisar esperar, ver o efeito do isolamento em São Paulo. É uma expectativa positiva”, disse Tardelli.

O Estado tem 15 mil leitos de UTI públicos e privados, sendo 7,2 mil leitos dedicados ao SUS.

Sabe-se que dos 3.600 leitos de UTI adulto disponíveis a população, a taxa de ocupação é de 85 a 90%. 

“Com base nestas informações, estima-se que a ampliação de leitos de UTI é imprescindível para o enfrentamento do Covid-19”, afirma o governo Doria em carta-consulta enviada para análise do Ministério da Economia.

São Paulo prevê no documento a instalação de 500 leitos, mas Tardelli afirma que a Secretaria de Saúde já trabalha com ampliação para até 1.500 espaços para internação. 

A ideia é comprar um respirador para cada leito, por R$ 70 mil por unidade, além de outros equipamentos hospitalares para tratamento intensivo. Há ainda previsão de treinar 2 mil profissionais da rede pública em prevenção de infecções.


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