Escola que já gastou R$ 1,3 milhão está abandonada há 8 anos em Restinga

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 2 de julho de 2018 às 18:50
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:50
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Sem verba, administração do prefeito Amarildo tenta repassar conclusão do projeto ao Estado

V​idros e paredes quebrados, mato alto, salas ocupadas por moradores de rua. Oito anos depois de ser anunciada, a construção de uma escola estadual no bairro Alto da Boa Vista, em Restinga (SP), está abandonada.

Parada há seis anos e sem previsão de ser concluída, mesmo após um gasto de R$ 1,307 milhão do total de R$ 1,868 milhão projetado, a obra feita em parceria com o Estado motiva a revolta de moradores como o aposentado Gisnésio Lopes Nazaré, que tornou a situação conhecida no quadro “O Brasil que eu quero”, da TV Globo.

“Infelizmente as autoridades não tomam nenhuma providência. Já se passaram três mandatos de prefeito e nenhum tomou providência”, diz.

O prefeito de Restinga Amarildo Tomás do Nascimento afirma que o município não tem dinheiro para concluir o projeto e que negocia repassar os trabalhos para o Estado.

O ex-prefeito Paulo Pitt, que atuou entre 2013 e 2016, disse ter deixado R$ 700 mil aos cofres públicos para terminar a obra. A reportagem procurou o ex-prefeito Evandilo Donizeti Montagnini, mas ele não atendeu as ligações.

Construção de escola Estadual em Restinga (SP) é esperada desde 2010 (Foto: Reprodução/EPTV)

Segundo ele, seria necessário mais R$ 1,4 milhão. “A Prefeitura não tem e eu não vou tirar recurso, dinheiro de outro setor pra investir aqui, sendo que já existe um convênio que foi assinado e não foi terminada a obra”, afirma.

Iniciada em 2010, a obra na escola estadual foi orçada inicialmente em R$ 1,627 milhão, mas ficou R$ 240 mil mais cara após um aditamento. Segundo a atual administração, a empresa responsável fechou e as obras foram paralisadas.

EPTV, afiliada da TV Globo, apurou que o projeto está abandonado desde 2012. Desde então, moradores como a auxiliar de limpeza Ione de Paula contam com a inauguração, na expectativa de não precisar se deslocar até outra região da cidade para levar os filhos para estudar.

“A escola está abandonada. Tem que ter uma escola no bairro pra ajudar mais a população”, reclama.

O prefeito afirma que, no início de sua gestão, já encontrou a escola abandonada e que agora tenta negociar com o Estado a conclusão das obras. “Tudo aberto. O primeiro passo nosso foi fechar as entradas para que não continuassem os vândalos”. 


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