Droga anti-HIV em testes vai permitir tratamento semanal, diz estudo

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 10 de janeiro de 2018 às 23:29
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:31
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Pílula em forma de estrela permite liberação lenta de compostos para ser tomada uma vez por semana

Pesquisadores do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), nos Estados Unidos, desenvolveram uma cápsula para pílula anti-HIV que vai permitir que um único comprimido garanta o tratamento de uma semana inteira. O estudo foi publicado nesta última terça-feira, 09 de janeiro, na Nature Communications.

Cientistas envolveram os três principais compostos anti-HIV hoje usados (dolutegravir, rilpivirina e cabotegravir) em um sofisticado polímero que permitiu a liberação lenta dos compostos na corrente sanguínea — garantindo, assim, que uma única dose semanal seja suficiente.

O novo envoltório para a pílula foi testado em testes pré-clínicos: em ratos, cientistas observaram que os compostos podem ser liberados por até duas semanas.

Nessa fase pré-clínica, pesquisadores avaliam o potencial do composto, mas ainda são necessários mais estudos para garantir sua eficácia.

Cápsula tem formato ‘de estrela’

A nova cápsula para pílula, uma vez dentro do estômago, se desdobra em uma estrutura com forma similar à de uma estrela — o que impede sua passagem para o intestino.

Sem sair do estômago, assim, ela continua a liberar compostos, ao mesmo tempo que permite que alimentos continuem passando pelo sistema digestivo.

Os pesquisadores já haviam testado a estrutura com drogas de combate à malária em 2016 — e agora desenvolveram a estrutura para drogas anti-HIV com uma adaptação importante: cada ‘ponta’ da estrela é desenvolvida com um material diferente. 

São os diferentes níveis de porosidade dessas pontas que garantem a liberação da droga em diferentes tempos.

Hoje, a maioria das pessoas que vivem com HIV tomam medicamentos diariamente — algumas vezes, mais de um comprimido. Como o tratamento é feito durante toda a vida, a medicação diária pode ser um entrave para adesão a longo prazo.

Por esse motivo, são muitas as pesquisas em curso para o desenvolvimento de drogas que possam ser administradas com intervalos maiores de tempo entre uma e outra. Uma outra estratégia em estudo, por exemplo, é adoção de uma injeção que poderia ser administrada mensalmente.


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