Donos de postos são os primeiros vilões da crise de abastecimento

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 24 de maio de 2018 às 07:12
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:45
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Logo que a ameaça de falta de combustíveis surgiu, postos reajustaram preços

​A quarta-feira foi definitivamente um “dia de cão” para quem precisa usar seu carro, moto ou caminhão para trabalhar. 

Logo que surgiram as primeiras notícias de que rodovias da região seriam interditadas pelos caminhoneiros em greve, uma verdadeira correria aconteceu rumo aos postos com motoristas temendo o desabastecimento. 

Filas infindáveis se formaram em praticamente todos os postos de combustíveis da cidade e até mesmo aqueles já conhecidos por venderem gasolina, diesel e álcool mais caros registraram grande movimento ao longo de toda a noite, principalmente a partir das 17h30, quando a maioria dos trabalhadores saia do serviço e se dirigia às suas casas. 

Em meio ao pânico dos francanos do desabastecimento de combustíveis, que por tabela pode provocar a falta de outros produtos e, principalmente alimentos, apareceram os oportunistas de sempre, guardadas as poucas, mas devidas exceções: o combustível foi majorado nas bombas, descaradamente, à frente de motoristas que já estavam na fila para abastecer seus veículos. 

Houve protestos, mas faz o quê: sempre que as autoridades, como o Ministério público são chamados a investigar o cartel dos preços de combustíveis na cidade os promotores não conseguem provar o que todos sabem: ele está à mercê da forma nem tão transparente de trabalhar da maioria dos empresários do setor. 

Ao motorista que está acostumando a abastecer ao menos duas vezes por semana, a histeria justificada dos francanos na noite desta quarta-feira serviu como mais uma oportunidade para se saber que, na economia brasileira, não há bonzinhos. 


+ Economia