Ligue 180 registra mais de 740 casos de feminicídio de janeiro a julho de 2018

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 13 de agosto de 2018 às 19:17
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:56
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De janeiro a julho, foram registrados 78 casos de feminicídios e 665 tentativas de assassinatos de mulheres

Nos primeiros sete
meses deste ano, o Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher, registrou mais
de 740 ocorrências relacionadas a feminicídios e tentativas de homicídio contra
mulheres.

Segundo balanço
divulgado nesta segunda-feira, 13 de
agosto, pelo Ministério dos Direitos Humanos (MDH), de janeiro a julho de 2018,
foram registrados 78 casos de feminicídios e 665 tentativas de assassinatos de
mulheres.

No período, a Central recebeu quase 80 mil relatos de violência
de gênero, sendo que cerca de 80% das denúncias foram classificadas como
violência doméstica. Agressões
físicas representam quase metade (46,94%) dos relatos. E três em cada dez
denúncias se referem a violência psicológica.

Além das violências doméstica,
física e psicológica, o Ligue 180 registra ainda casos de violência sexual,
moral, patrimonial, obstétrica, no esporte, cárcere privado, crimes
cibernéticos e agressões contra mulheres migrantes e refugiadas.

As denúncias são encaminhadas para a Defensoria Pública e
Ministério Público e outras instituições da rede de proteção das mulheres. A
Central também orienta sobre a Lei Maria da Penha e outros dispositivos legais
de defesa dos direitos das mulheres.

O canal de denúncias pode ser acessado no Brasil e em mais 16
países: Argentina, Bélgica, Espanha, Estados Unidos, França, Guiana Francesa e
Inglesa, Holanda, Inglaterra, Itália, Luxemburgo, Noruega, Paraguai, Portugal,
Suíça, Uruguai e Venezuela. A ligação para o 180 é gratuita e pode ser feita
inclusive nos feriados e fins de semana. Os casos de violência também podem ser
registrados pelo e-mail [email protected] .

Feminicídio

Fruto da Lei Maria da Penha, o crime
do feminicídio foi definido legalmente em 2015 como assassinato de
mulheres por motivos de desigualdade de gênero e tipificado como crime
hediondo. Segundo o Mapa da Violência, quase 5 mil mulheres foram assassinadas
no país, em 2016. O resultado representa uma taxa de 4,5 homicídios para cada
100 mil brasileiras. Em dez anos, houve um aumento de 6,4% nos casos de
assassinatos de mulheres.

Nos últimos dias, vários casos de agressão contra mulheres até a
morte repercutiram em todo o país e reacendeu o debate em torno da violência de
gênero.

Um dos casos mais
emblemáticos ocorreu no interior do Paraná, onde o biólogo Luís Felipe
Manvailer foi denunciado pelo assassinato de sua esposa, a advogada
Tatiane Spitzner. Ela foi encontrada morta no dia 22 de julho depois de cair do 4º
andar do prédio onde o casal morava, em Guarapuava (PR).


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