Discurso de ódio: marcas boicotam o Facebook após negociação fracassar

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 1 de julho de 2020 às 20:34
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:55
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Rede social tentou convencer anunciantes de desistir do boicote, mas conversas não avançaram

A publicidade de mais de 400 marcas, incluindo Coca-Cola e Starbucks, devem desaparecer do Facebook nestes próximos dias, após o fracasso das negociações de última hora para impedir um boicote ao discurso de ódio dentro da rede social.

Executivos do Facebook, incluindo Carolyn Everson, vice-presidente de soluções globais de negócios, e Neil Potts, diretor de políticas públicas, realizaram pelo menos duas reuniões com anunciantes na terça-feira, 30, véspera do boicote planejado para um mês, disseram três fontes que participaram das reuniões à Reuters.

Mas os executivos do Facebook não ofereceram novos detalhes sobre como abordariam o discurso de ódio, disseram as fontes. 

Em vez disso, eles apontaram para comunicados de imprensa recentes, frustrando os anunciantes, que acreditam que esses planos não vão longe o suficiente. 

“Simplesmente (a empresa) não está se mexendo”, disse um executivo de uma grande agência de publicidade em relação às conversas.

Os grupos levaram 10 demandas ao Facebook, incluindo permitir que pessoas que sofrem assédio severo falem com um funcionário do Facebook e também o reembolso às marcas cujos anúncios sejam exibidos ao lado de conteúdo ofensivo que será removido posteriormente.

O Facebook anunciou, no início desta semana, que se submeteria a uma auditoria de seus controles de incitação ao ódio, acrescentando planos para rotular conteúdo digno de notícia que violaria suas políticas, seguindo práticas semelhantes em outras plataformas de mídia social, como o Twitter.

Um representante da agência de publicidade digital que participou de uma reunião online na terça-feira disse que os executivos do Facebook se referiram repetidamente à auditoria, sem oferecer concessões adicionais.


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