Dicas simples e caseiras: Como a alimentação pode prevenir o Mal de Alzheimer

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  • Publicado em 14 de maio de 2018 às 11:22
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:44
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Uma das alternativas para prevenir a doença seria comer uma castanha-do-pará por dia, segundo estudos

Se alguém dissesse que comer uma castanha-do-pará por dia é suficiente para prevenir o Alzheimer, você acreditaria? Embora não seja a resposta definitiva para evitar a doença, essa oleaginosa típica é um bom caminho a ser investigado na prevenção e redução do declínio cognitivo provocado pela patologia.

A resposta está na composição do fruto, rico em selênio – um poderoso antioxidante.

– A atividade de enzimas antioxidantes no cérebro não é muito alta, então, precisa sempre ser suprida para garantir que haja menos oxidação. Com isso, os antioxidantes poderiam beneficiar os pacientes com problemas neurológicos – explica a professora do Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da Universidade de São Paulo (USP) Silvia Cozzolino. “Vimos que pessoas com a doença tinham concentrações de selênio muito mais baixas que indivíduos sem o problema. Então, fizemos um estudo com pessoas com declínio cognitivo leve: demos para elas, durante seis meses, uma castanha do Brasil por dia, com uma concentração de selênio que chegava a quase 300 microgramas, e observamos que houve melhora no quadro e também na fluência verbal”, relata a pesquisadora.

O próximo passo da pesquisa será analisar se pessoas que ainda não têm a doença, com ou sem tendência genética a desenvolvê-la, podem ser beneficiadas pelo alimento.

Mirtilo é um superprotetor cerebral

Não é de hoje que a prevenção do Alzheimer passa pelo prato. No ano passado, a epidemiologista nutricional americana, da Rush University Medical Center in Chicago, Martha Clare Morris desenvolveu uma dieta cuja promessa é reduzir em 53% os risco da doença em pacientes que a seguem à risca e em 35% para quem a segue moderadamente.

Batizada de Mind, a dieta é um híbrido das já conhecidas Mediterrânea e DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension, ou abordagens dietéticas para parar a hipertensão). Reconhecidas por melhorar as condições cardiovasculares, elas também demonstraram proteger contra a demência.

– Uma das coisas mais empolgantes é que as pessoas que aderiram, ainda que moderadamente, à dieta Mind tiveram uma redução no risco Alzheimer – disse Martha ao site do centro médico.

Para a Mind, os alimentos essenciais e “amigos do cérebro” são: folhas verdes (espinafre, couve etc), vegetais em geral, oleaginosas, “berries” (frutas vermelhas, especialmente o mirtilo), feijões, grãos integrais, peixes, aves, azeite e vinho. A ideia é ingerir diariamente ao menos três porções de grãos integrais, uma de salada verde e de uma de outro vegetal, uma de feijão e uma taça de vinho.

Entre as refeições, os lanches podem ser feitos com oleaginosas. Duas vezes por semana é bom incluir aves e “berries”, enquanto os peixes devem aparecer, no mínimo, uma vez por semana. Vale destacar que, de acordo com Martha, o mirtilo é uma das frutas mais potentes na função de proteger o cérebro contra problemas neurológicos.

Nesta lista também entram aqueles alimentos nem tão amigáveis assim – que não são proibidos, mas devem ser consumidos com moderação. Entre os itens estão: carne vermelha, manteiga e margarina, queijo, doces e frituras. Eles devem ser ingeridos menos de uma vez por semana, segundo os criadores da Mind.

Como é simples e não exige muita rigidez, o cardápio pode ser colocado em prática com facilidade, garantindo, assim, a saúde do cérebro.