Cursos de Engenharia terão novas diretrizes curriculares em julho

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 11 de junho de 2018 às 16:42
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:47
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Alunos terão acesso a conteúdos de design, mercado, materiais e questões que ajudarão na prática da profissão

Inovação deverá ser um dos principais
focos dos cursos de engenharia no Brasil, de acordo com o integrante do
Conselho Nacional de Educação (CNE) Luiz Roberto Curi, que preside a comissão
de revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Engenharia. O
novo marco regulatório deve ser aprovado em julho, de acordo com Curi.

As diretrizes serão válidas para
todos os cursos de engenharia. Elas servem de parâmetro para os currículos de
cada uma das instituições de ensino. As diretrizes vigentes foram instituídas
em 2001. Depois disso tiveram algumas pequenas atualizações.

A intenção, segundo Curi, é tornar os
cursos mais dinâmicos. Os estudantes terão, por exemplo, acesso a conteúdos de
design, de mercado e de materiais, questões que os ajudarão na prática da
profissão. Terão mais ênfase também atividades de pesquisa e extensão.

A discussão é feita no CNE há mais de
um ano e meio e envolveu, entre outros atores, pela primeira vez, de acordo com
o conselheiro, a indústria, representada pela Confederação Nacional da
Indústria (CNI) e Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI). Instituições
internacionais, como o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos
Estados Unidos, serviram de referência.

As diretrizes serão, após aprovadas,
encaminhadas para homologação do Ministério da Educação (MEC). Após esse
processo, as instituições de ensino deverão ter um ano para adequar os
currículos.  

Queda no atendimento no ensino
superior

Segundo o secretário de Educação
Superior do Ministério da Educação, Paulo Barone, que participa da discussão,
as diretrizes deverão tornar os cursos mais atrativos. Ele diz que há casos em
que apenas 8% dos estudantes se formam no fim do quinto ano de curso. “Vamos
aproximar cursos do mercado de maneira que haja projetos que o curso desenvolva
já ligados à atividade futura”, diz.

Diante de um cenário de ajuste
fiscal, o secretário diz que a pasta se volta para evitar que estudantes deixem
os cursos de graduação e o novo marco regulatório é uma das medidas que vai ao
encontro disso.

O relatório do 2º Ciclo de
Monitoramento das Metas do Plano Nacional de Educação (PNE), do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mostra que
caiu a capacidade de atendimento do ensino superior, que passou de 36% da
população de 18 a 24 anos em 2016, para 34,6% em 2017.

Pela lei, essa taxa precisa chegar a
50% até 2024. A capacidade de atendimento caiu tanto na rede pública, que
passou de 9,3% para 8,9%, quanto na rede privada, que caiu de 26,8% para 25,7%.
 


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