Corpos humanos continuam se mexendo um anos após a morte, diz pesquisadores

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 20 de setembro de 2019 às 14:15
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:50
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Nova pesquisa pode mudar a maneira com que as autoridades investigam mortes, diz cientista

Pesquisadores australianos descobriram que cadáveres continuam se movimentando por meses após a morte. A descoberta foi feita graças à Instalação Australiana de Pesquisa Experimental Tafonômica (AFTER, na sigla em inglês) e pode ser muito útil para a polícia.

Por 17 meses, a pesquisadora Alyson Wilson monitorou um corpo através de câmeras que, a cada 30 minutos, filmavam o cadáver. “O que descobrimos foi que os braços estavam se movendo significativamente, de modo que os membros que começavam ao lado do corpo esticados terminavam na lateral do corpo dobrados”, disse a especialista.

Algum movimento post-mortem era esperado nos estágios iniciais da decomposição, ela explicou, mas o fato de que o fenômeno continuou por toda a duração das filmagens foi surpreendente. “Achamos que os movimentos se relacionam com o processo de decomposição, à medida que o corpo mumifica e os ligamentos secam”, relatou Wilson.

Para a especialista, a pesquisa pode mudar a ciência forense, ensinando uma nova maneira de as autoridades investigarem mortes. 

Isso porque a descoberta de que os corpos se movimentam pode alterar o jeito com que os cientistas interpretam as cenas de crimes, principalmente quando os restos humanos são descobertos depois de algum tempo.

Até então, a menos que houvesse evidência de que o cadáver fora movido, os especialistas forenses geralmente presumiriam que a posição em que o corpo foi descoberto é a posição em que estava na hora da morte. “Essa pesquisa é muito importante para ajudar na aplicação da lei, a resolver crimes e também a auxiliar nas investigações de desastres”, afirmou Wilson. “É importante para as vítimas e suas famílias e, em muitos casos, dá à vítima uma ‘voz’ para contar sua última história.”


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