Cordão umbilical aumenta a sobrevivência de doentes oncológicos

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 10 de fevereiro de 2020 às 00:14
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:21
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Processo resultou em elevada taxa de sobrevivência dos pacientes e reduziu taxa de complicações de alto risco

Num ensaio clínico recente, publicado na revista científica The Lancet Haematology, a transplantação com sangue do cordão umbilical expandido em laboratório resultou numa elevada taxa de sobrevivência e reduzida incidência de complicações pós-transplante em doentes oncológicos de alto risco.

Entre os 22 doentes com vários tipos de neoplasias, desde leucemias, síndromes mielodisplásicas, linfomas e mieloma múltiplo, dez eram considerados de alto risco, cinco já tinham sido transplantados, sem sucesso, e outros cinco tinham doença agressiva, em recaída ou refratária.

Segundo aos autores, os resultados revelaram-se muito positivos, tendo-se observado, em todos os casos, uma rápida e sólida recuperação da produção de células do sangue e sistema imunitário, uma elevada taxa de sobrevivência (90%) e reduzida incidência de complicações pós-transplante.

Segundo Bruna Moreira, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, “para além deste, outros métodos têm sido desenvolvidos com vista à multiplicação das células do sangue do cordão umbilical em laboratório antes de um transplante, tendo sido reportados resultados muito promissores nos últimos anos”.

“O êxito de uma estratégia de expansão celular permitirá o acesso de mais doentes a uma fonte de células estaminais com elevado grau de compatibilidade, com repercussões positivas na taxa de sucesso destes transplantes”, acrescenta a investigadora.

Tendo em conta os bons resultados atingidos, os investigadores iniciaram outros dois ensaios clínicos para testar a utilização desta técnica, especificamente, em doentes com leucemias e síndromes mieodisplásicas de alto risco que, atualmente, apresentam opções de tratamento muito limitadas.

A possibilidade de expandir (multiplicar) as células presentes no sangue do cordão umbilical armazenado permite aumentar o número de doentes que podem se beneficiar de um transplante de sangue do cordão umbilical, com todas as suas vantagens:

 − menor probabilidade de transmissão de agentes infecciosos,

–  disponibilidade imediata, menor incidência de doença do enxerto contra o hospedeiro, 

– e o melhor grau de compatibilidade possível. 

Entre os fatores determinantes do sucesso dos transplantes estão a compatibilidade entre o doente e as células do sangue do cordão umbilical e o número de células mais adequado para o mesmo. 

Não sendo necessário haver compatibilidade total, esta deve ser a mais elevada possível, de modo a maximizar as probabilidades de sucesso e reduzir as complicações associadas ao transplante. 

No entanto, verifica-se que nem sempre as unidades de sangue do cordão umbilical mais compatíveis com um doente correspondem às que têm o número de células mais adequado.

Fonte: Notícias ao Minuto


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