Com volta às aulas, venda de materiais deve ter crescimento de até 12%

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 28 de janeiro de 2019 às 12:07
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:20
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Compra de material escolar ainda se mostra lenta, mas deve aquecer mercado nos últimos dias

O
consumidor terminou 2018 mais otimista e,
isso animou as expectativas de um dos setores mais movimentados em todo início
de ano: o de volta às aulas.

Pela
projeção do Sindicato do Comércio Varejista de Materiais de Escritório e
Papelaria de São Paulo (Simpa-SP), as vendas de material escolar devem crescer
de 10% a 12% no período. “Apesar de em 2017 o setor ter
crescido cerca de 3% e se mantido estável em 2018, agora os clientes não estão
mais tão preocupados com o preço do lápis ou do caderno, e sim em encontrar
tudo o que eles precisam”, afirma Antônio Martins Nogueira, presidente do
Simpa-SP e dono da papelaria São Miguel, no Centro da capital paulista. 

Realizada
sempre no mês de agosto na capital paulista, a feira Escolar Office Brasil é
uma espécie de termômetro de vendas de material escolar e de escritório para o
ano seguinte.

Na
edição 2018, por exemplo, além da visitação 12% maior, a feira movimentou R$
628 mil em negócios imediatos e prospectou R$ 3,5 milhões até agosto de
2019.  “A economia ainda está desafiadora, mas o mercado
está mais confiante, e isso começará a se refletir agora na volta às
aulas”, afirma Valeska Oliveira, gerente de negócios da feira. 

Mas
há um movimento ligeiramente atípico no ar. Faltam poucos dias para o início do
ano letivo, tanto nas escolas públicas como nas particulares, e a procura
por material escolar ainda está um pouco lenta. Com o verão de
quase 40°C, muitas famílias têm optado por esticar um pouquinho as férias mesmo
às vésperas da volta às aulas. 

Nogueira,
do Simpa-SP, confirma: apesar de as papelarias estarem abastecidas de
variedades e novidades, pouca gente ainda está comprando. “O número de
pessoas que está na praia é incrível, tem muita gente passeando. Mas como o
brasileiro deixa tudo para a última hora, as vendas devem aumentar nessa última
semana do mês.” 

Apesar
de ser uma compra essencial, ele diz que a expectativa geral para a volta às
aulas pode ser diferente da realidade: como o desemprego ainda está alto, as
pessoas compram menos. “Mas a perspectiva é de
mudança: se a economia melhorar, aí melhora para todos”, acredita o
comerciante, que projeta alta de 5% nas vendas no período.  

Outro cenário

No
e-commerce, o cenário de preparação para a volta às aulas é outro por estar
sempre ao alcance da conveniência dos consumidores – principalmente os que
decidiram esticar as férias.

Uma
pesquisa da Rakuten Digital Commerce realizada com 1,2 mil lojas de sua base
online apontam que as vendas de material escolar cresceram 64% nos primeiros
seis dias de janeiro ante igual período de 2018. 

Os
consumidores também aumentaram o valor do tíquete médio em 11%, atingindo um
total de R$ 786. “De uma forma geral, as compras pela internet estão
aumentando em todos os setores, mas no caso de papelaria e material escolar
esse movimento tem sido benéfico para os compradores”, afirma René
Abe, CEO e Presidente da Rakuten Brasil. “Os pais ou responsáveis
conseguem pesquisar os preços e ainda evitam filas e lojas lotadas,” diz. 

Valeska
Oliveira, da Escolar Office, confirma: os canais digitais estão cada vez
mais presentes no setor, e além de a indústria  buscar esses canais,
muitas papelarias têm usado o e-commerce e as redes sociais para turbinar
vendas. “Não é um movimento de substituição de lojas físicas, mas uma
outra oportunidade de negócio”, finaliza. 


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